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Novato dirige astros em história de excêntricos
Adrien Brody e Mark Ruffalo são "Os Vigaristas", em cartaz no Festival do Rio
Nesta comédia, eles
são irmãos que, desde criança, aplicam golpes; Rachel Weisz é a milionária que será a última vítima
FERNANDA EZABELLA
DA REPORTAGEM LOCAL
"Foi bem assustador", admitiu o diretor americano Rian
Johnson, 35, que partiu de um
longa modesto feito em sua cidade natal, com elenco desconhecido, para um filme rodado
em quatro países, com atores
ganhadores do Oscar.
"Os Vigaristas", seu segundo
longa, conta a história de dois
irmãos, interpretados por
Adrien Brody e Mark Ruffalo,
que vivem desde criança dando
sofisticados golpes. Eles conhecem uma milionária solitária
(Rachel Weisz) e prometem
que ela será a última vítima. O
filme é atração do Festival do
Rio (festivaldorio.com.br) e
tem estreia nacional em 9/10.
Weisz tem um Oscar por "O
Jardineiro Fiel", e Brody por
estrelar "O Pianista".
"Mas foi só começar a rodar
para ver que era tudo igual ao
primeiro filme. Todas as coisas
assustadoras, que me intimidavam, como ter grandes atores
que a gente vê nas capas das revistas, sumiram como fumaça",
diz à Folha o diretor, prêmio
especial do júri em Sundance
com seu longa de estreia, "A
Ponta de um Crime" (2005),
um noir adolescente.
O temor inicial deu logo lugar a problemas práticos, como
arranjar um professor de banjo
ou acordeão em Belgrado.
Isso porque Rachel Weisz faz
uma mulher excêntrica que
passa os dias sozinha em seu
castelo, aprendendo hobbies
como tocar instrumentos musicais diversos, jogar pingue-pongue ou destruir seu Lamborghini amarelo.
"Ela aprendeu cada um dos
instrumentos, foi dureza", disse Johnson, embora a atriz
apareça tocando piano, violino
etc. em apenas uma passagem
de 15 segundos. "Assim que terminamos a sequência, todos na
equipe ficaram aliviados."
Golpistas internacionais
A esquisitice se espalha pelos
outros personagens e na própria história, rodada entre locações na Sérvia, Romênia, República Tcheca e em Montenegro,
ainda que algumas cenas se
passem na Rússia e no México.
Os irmãos organizam golpes
que são verdadeiras produções
teatrais, com a ajuda de uma japonesa mudinha. O irmão
Bloom (Brody), no entanto, está cansado da vida de falsário.
"Ele sente que nada é real,
que tudo é ficção, então faz sentido reforçar no filme esse
mundo de circo", disse. "Ele
quer quebrar essa loucura, sair
desse mundo onde camelos bebem álcool e todo mundo se
veste de maneira insana."
Tal excentricidade levou
Johnson a ser comparado a
Wes Anderson ("Viagem a Darjeeling", "A Vida Marinha com
Steve Zissou"). Mas isso não
parece o incomodar muito.
"Amo o trabalho dele, pelo menos é uma comparação com alguém que eu gosto. Mas claro
que não estava conscientemente imitando Anderson. Acho
meu filme bem diferente."
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