São Paulo, domingo, 27 de setembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Novato dirige astros em história de excêntricos

Adrien Brody e Mark Ruffalo são "Os Vigaristas", em cartaz no Festival do Rio

Nesta comédia, eles são irmãos que, desde criança, aplicam golpes; Rachel Weisz é a milionária que será a última vítima

FERNANDA EZABELLA
DA REPORTAGEM LOCAL

"Foi bem assustador", admitiu o diretor americano Rian Johnson, 35, que partiu de um longa modesto feito em sua cidade natal, com elenco desconhecido, para um filme rodado em quatro países, com atores ganhadores do Oscar.
"Os Vigaristas", seu segundo longa, conta a história de dois irmãos, interpretados por Adrien Brody e Mark Ruffalo, que vivem desde criança dando sofisticados golpes. Eles conhecem uma milionária solitária (Rachel Weisz) e prometem que ela será a última vítima. O filme é atração do Festival do Rio (festivaldorio.com.br) e tem estreia nacional em 9/10.
Weisz tem um Oscar por "O Jardineiro Fiel", e Brody por estrelar "O Pianista".
"Mas foi só começar a rodar para ver que era tudo igual ao primeiro filme. Todas as coisas assustadoras, que me intimidavam, como ter grandes atores que a gente vê nas capas das revistas, sumiram como fumaça", diz à Folha o diretor, prêmio especial do júri em Sundance com seu longa de estreia, "A Ponta de um Crime" (2005), um noir adolescente.
O temor inicial deu logo lugar a problemas práticos, como arranjar um professor de banjo ou acordeão em Belgrado.
Isso porque Rachel Weisz faz uma mulher excêntrica que passa os dias sozinha em seu castelo, aprendendo hobbies como tocar instrumentos musicais diversos, jogar pingue-pongue ou destruir seu Lamborghini amarelo.
"Ela aprendeu cada um dos instrumentos, foi dureza", disse Johnson, embora a atriz apareça tocando piano, violino etc. em apenas uma passagem de 15 segundos. "Assim que terminamos a sequência, todos na equipe ficaram aliviados."

Golpistas internacionais
A esquisitice se espalha pelos outros personagens e na própria história, rodada entre locações na Sérvia, Romênia, República Tcheca e em Montenegro, ainda que algumas cenas se passem na Rússia e no México.
Os irmãos organizam golpes que são verdadeiras produções teatrais, com a ajuda de uma japonesa mudinha. O irmão Bloom (Brody), no entanto, está cansado da vida de falsário.
"Ele sente que nada é real, que tudo é ficção, então faz sentido reforçar no filme esse mundo de circo", disse. "Ele quer quebrar essa loucura, sair desse mundo onde camelos bebem álcool e todo mundo se veste de maneira insana."
Tal excentricidade levou Johnson a ser comparado a Wes Anderson ("Viagem a Darjeeling", "A Vida Marinha com Steve Zissou"). Mas isso não parece o incomodar muito. "Amo o trabalho dele, pelo menos é uma comparação com alguém que eu gosto. Mas claro que não estava conscientemente imitando Anderson. Acho meu filme bem diferente."


Texto Anterior: Outro Canal
Próximo Texto: "Sérgio" vê heroísmo de brasileiro morto em Bagdá
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.