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Crítica/"O Dia da Transa"
Filme abusa de clichês irritantes e verborragia
ANDRÉ BARCINSKI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O cinema independente
dos EUA, desde os
anos 60 um lançador
de grandes tendências, está numa fase de amargar. Há um
bom tempo, diretores "off-Hollywood" vêm apelando para
uma fórmula desgastada, que
esconde caretice sob um falso
verniz de subversão. "O Dia da
Transa" é mais um exemplo.
O filme desfila os clichês
mais irritantes do cinema alternativo recente: temas "polêmicos", verborragia excessiva, roteiros esquemáticos, diálogos
espertos e personagens supostamente descolados. Lembrou
de "Juno"? Pois é.
Em "O Dia da Transa", dois
colegas se reencontram depois
de dez anos. Andrew, o doidão
da classe, passou os últimos
tempos mochilando por México e Ásia. Já Ben é o careta que
casou, comprou uma casa e sonha com filhos. Depois de uma
festa muito doida, regada a vinho e outros baratos, os dois fazem um pacto de coestrelar um
filme pornô gay. É sério.
A história caberia num curta,
mas a diretora Lynn Shelton
estica o fiapo por intermináveis
94 minutos, empilhando diálogos engraçadinhos e situações
improváveis, que parecem saídas de alguma série cômica de
TV. Os personagens são arquétipos de "sitcom", como um casal de artistas lésbicas e a esposa caretona. O filme é isso: uma
versão picante de um mau programa de TV. E reflete a falta de
ousadia de uma geração que
não sonha mais em ser John
Cassavetes, mas Jerry Seinfeld.
Avaliação: ruim
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