São Paulo, sábado, 27 de novembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TV ABERTA

"Nove Rainhas" inaugura onda argentina no Brasil

O Genro
SBT, 14h.

(Son in Law). EUA, 1993. Direção: Steve Rash. Com Pauly Shore, Carla Gugino. Ao terminar o colégio, garota bem-comportada deixa sua Dakota do Sul para fazer faculdade na Califórnia. Para resumir, não demora para que ela deixe de ser uma garota bem-comportada.

De Volta para o Presente
SBT, 16h.

(Blast from the Past). EUA, 1998. Direção: Hugh Wilson. Com Brendan Fraser, Alicia Silverstone. Jovem que vive por 35 anos num abrigo nuclear, por conta da paranóia dos pais durante a crise dos foguetes em Cuba, resolve conhecer o mundo exterior. Premissa promissora, embora Wilson não seja nome capaz de inspirar confiança. Vale uma espiada.

Caçadores de Emoção
Globo, 16h10.

(Point Break). EUA, 1992. Direção: Kathryn Bigelow. Com Patrick Swayze, Keanu Reeves. Agentes infiltram-se em comunidade de surfistas na Califórnia a fim de investigar um assalto. Swayze os introduzirá na filosofia surfística.

A Relíquia
Record, 23h.

(The Relic). EUA, 1997. Direção: Peter Hyams. Com Penelope Ann-Miller, Tom Sizemore. Museu de Chicago recebe do Brasil material coletado por antropólogo, sintomaticamente sem antropólogo. Deviam ter desconfiado, pois ali existe um pó capaz de despertar um mutante que dará trabalho.

Rebelde Até o Fim
Globo, 23h05.
(Commited). EUA, 2000. Direção: Lisa Krueger. Com Heather Graham, Casey Affleck. Após seu marido decidir ir ao encontro dele mesmo, e assim pular fora do casamento, mulher decide segui-lo. Até chegar ao destino do homem, ela encontrará um outro estilo de vida pela estrada, um tanto bizarro.

Nove Rainhas
SBT, 0h.
(Nueve Reinas). Argentina, 2000. Direção: Fabián Bielinsky. Com Ricardo Darín, Gaston Pauls. Em Buenos Aires, dois golpistas juntam-se para aplicar grande golpe, vendendo uma série raríssima de selos (só que falsificados). Comédia que inaugurou a onda de filmes argentinos no Brasil. Um belo filme.

Desejo de Vingança
Bandeirantes, 2h.

(Passionate Revenge). EUA, 1996. Direção: Nicholas Medina. Com Paul Michael Robinson, ShaUna O'Brien. Durante uma viagem, homem casado transa com garota que acabara de brigar com o noivo. Depois, arrependido, ele sai de fininho e volta para casa. A moça tem problemas: seu noivo aparece assassinado, ela fica possessa e acusa o amante pela morte do amado.

O Retorno
SBT, 2h15.

(Homecoming). EUA, 1996. Direção: Mark Jean. Com Anne Bancroft, Kimberlee Peterson. Abandonadas pela mãe, quatro crianças saem em peregrinação em busca da avó, que pode acolhê-las. Mas esta reluta. Feito para TV.

Os Filhos do Silêncio
Globo, 2h55.

(Children of a Lesser God). EUA, 1986. Direção: Randa Haines. Com William Hurt, Marlee Matlin. Professor especialista em surdos-mudos se envolve com aluna. Esse besteirol embalou muita gente no Oscar.

Greystoke, a Lenda de Tarzã
SBT, 4h10.

(Greystoke). EUA, 1984. Direção: Hugh Hudson. Com Christopher Lambert, Ralph Richardson. Um Tarzã "sério". Ao menos esse é o marketing. A rigor, o encontro de dois talentos mais que limitados: o diretor Hudson e o ator Lambert. Só para SP. (INÁCIO ARAUJO E PAULO SANTOS LIMA)

TV PAGA

Ciclo retoma paixões autorais de François Truffaut

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Hoje acordamos com Truffaut. E, se não vamos dormir com ele, ao menos podemos passar boa parte do dia com seus filmes. Segue a relação: "Na Idade da Inocência" (8h15), "O Garoto Selvagem" (10h05), "O Homem que Amava as Mulheres" (11h35), "A História de Adele H." (13h40) e "A Sereia do Mississippi" (15h20), no Telecine Classic.
Têm lá seus altos e baixos, esses filmes, talvez não sejam o topo da produção do francês. Mas o expressam perfeitamente e têm ligação profunda com sua biografia romanesca.
Truffaut foi um grande diretor de crianças. Amava-as e as compreendia, o que provavelmente deriva do fato de que foi escorraçado pelos pais na infância (seu primeiro longa se chama, no Brasil, "Os Incompreendidos", justamente). Dedicou-lhes vários filmes, como os dois primeiros mencionados acima. Para dirigir crianças é preciso compreendê-las, entrar em seu mundo, permitir que se expressem, em lugar de impingir-lhes um comportamento ou palavras que não usariam.
"O Homem que Amava as Mulheres" é, de certa forma, o auto-retrato de Truffaut. Ele, pessoalmente, atribuía essa obsessão por rabos-de-saia ao desprezo que recebera da mãe. Pode ser.
O fato é que ela o levou a se apaixonar loucamente por Catherine Deneuve, a estrela de "A Sereia do Mississippi". Ao ver o filme percebemos os cuidados que ele lhe prodigou. O que não o impediu de levar um fora estrondoso, que o levaria a passar algum tempo numa casa de saúde.
Assim, ao falar de Adele H., a filha de Victor Hugo, e de sua grande e destrutiva paixão, é em grande parte de si mesmo que Truffaut está falando. Ou, para falar bem resumidamente: isso é um autor de cinema, aquele que persegue a si mesmo em cada imagem que produz. Isso é que é raro e difícil.


FESTIVAL TRUFFAUT. Quando: hoje, no Telecine Classic.

Texto Anterior: Astrologia
Próximo Texto: José Simão: Buemba! Socorro! Chegou o Péssimo Terceiro!
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.