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Música
Do acaso, Little Joy chega ao sucesso
Banda com Rodrigo Amarante, do Los Hermanos, e baterista dos Strokes tem ingressos esgotados de 2 de seus 3 shows em SP
Integrantes dizem que Little
Joy tem futuro incerto por
causa de outros projetos;
apresentações são hoje,
amanhã e em 5/2 no Clash
Divulgação
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Rodrigo Amarante, Binki Shapiro e Fabrizio Moretti, do Little Joy; ingressos para o terceiro show começam a ser vendidos hoje
DA REPORTAGEM LOCAL
Ele nasceu por acaso, como
projeto paralelo de integrantes
de duas conhecidas bandas. Para um grupo como esse, de pretensão zero, foi uma surpresa a
intensa procura por ingressos
para os shows do Little Joy em
São Paulo.
Inicialmente, fora anunciada
apenas uma apresentação na
cidade, hoje, no clube Clash. As
entradas evaporaram. Anunciou-se nova data: amanhã. De
novo, lotação esgotada (500 lugares). Para saciar a sede dos
fãs, haverá um show extra, em 5
de fevereiro, cujos ingressos
começam a ser vendidos hoje.
"Não imaginava, foi surpreendente, vendeu muito rápido", disse Rodrigo Amarante,
por telefone, à Folha. "São
Paulo já nos recebeu bem antes
mesmo de a gente chegar aí",
falou o músico, em Porto Alegre, onde a banda faria show
ontem, o primeiro no Brasil.
Parte dessa expectativa gerada pelo Little Joy vem do currículo dos integrantes da banda:
Amarante é guitarrista do Los
Hermanos, e Fabrizio Moretti,
baterista dos Strokes (o Little
Joy é formado ainda pela vocalista americana Binki Shapiro).
Mas o Little Joy saiu da sombra de Los Hermanos e Strokes
graças a um disco elogiável, que
acaba de sair no país. Em canções como "Brand New Start" e
"No One's Better Sake", o trio
amarra influências de pop ensolarado dos anos 1960, folk e
canções de clima relaxado.
"As versões ao vivo são bem
parecidas [com as do disco]",
conta. "Tocamos o disco todo,
até porque é curto." (O álbum,
homônimo, traz 11 faixas que se
estendem por 30 minutos.)
"Tocaremos música nova,
que fizemos na estrada, e um
cover", adianta. "É uma banda
nova, não dá para fazer show de
uma hora e meia." O Little Joy
nasceu de um encontro entre
Amarante e Moretti, durante
um festival em Lisboa, em
2006. Os dois se deram bem,
começaram a compor juntos e
a parceria foi progredindo.
"A banda começou por acaso.
Fizemos música sem a intenção de lançar disco. Aí a coisa
foi crescendo. Depois de dois
meses, gostamos das canções e
resolvemos gravá-las."
Então surgiu a Rough Trade,
lendário selo britânico. "A
Rough Trade mostrou interesse em lançar o álbum, e foi aí
que percebemos que outras
pessoas poderiam gostar da
música", lembra Amarante.
"O primeiro disco que comprei foi "Hatfull of Hollow", dos
Smiths, que havia sido lançado
pela Rough Trade. É uma gravadora importante."
No final de 2008, o Little Joy
iniciou uma série de shows que
desembocam agora no Brasil. E
o que começou por acaso ganha
força inesperada. "Fizemos
uma intensa turnê pelos EUA
e, depois, alguns shows na Europa. E recebemos convites para tocar em vários festivais.
Agora vamos ver o que fazer."
Explica-se o "ver o que fazer": os Strokes devem entrar
em estúdio para gravar novo
disco e o Los Hermanos retornará aos palcos no festival Just
a Fest, em 20 e 22 de março.
"Vamos tentar conciliar o
Little Joy com os Strokes, ver
se o Fabrizio consegue fazer os
shows. Mas vamos continuar."
Se o Little Joy vai continuar,
a situação do Los Hermanos é
um pouco diferente. "Recebemos convite para abrir para Radiohead e Kraftwerk. Adoramos as duas bandas, não tinha
como dizer não. Mas é algo isolado. O Marcelo [Camelo] tem
vários shows solo, eu tenho os
meus com o Little Joy..."
(THIAGO NEY)
LITTLE JOY
Quando: hoje, amanhã e 5/2, às 20h
Onde: Clash (r. Barra Funda, 969,
SP; tel. 0/xx/11/3661-1500)
Quanto: R$ 60 (esgotado para hoje e
amanhã; ingressos para o show de
5/2 começam a ser vendidos hoje)
Onde comprar: lojas Chilli Beans do
shopping Ibirapuera e galeria Ouro Fino
Classificação indicativa: 18 anos
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