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Crítica/"A-Lex"
Referências literárias não salvam o novo Sepultura
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REPORTAGEM LOCAL
Chegando aos 25 anos de
carreira e lançando seu
primeiro disco sem nenhum dos irmãos Cavalera na
formação, o Sepultura tinha
uma grande chance de mostrar
um rumo novo, que recuperasse sua relevância perdida.
Não é o que acontece com "A-Lex", o novo CD do quarteto
(agora com Jean Dolabella assumindo as baquetas que Iggor
Cavalera deixou em 2006).
Estruturalmente, o disco segue a trilha do anterior, o esquecível "Dante XXI" (2006):
pega um clássico literário -antes, "A Divina Comédia"; agora,
"Laranja Mecânica"- e usa como base para um álbum conceitual, em que as músicas contam
uma história completa.
Essa velha ideia do disco conceitual soa ainda mais ultrapassada numa época em que as
pessoas não buscam álbuns fechados, mas músicas -comprar um CD e ouvi-lo de cabo a
rabo já era: agora baixa-se e
conserva-se no tocador de MP3
apenas as faixas que prestam.
Esse anacronismo estrutural
seria perdoável, no entanto, se
não se refletisse também na sonoridade da banda. É triste ver
que tudo que o Sepultura apresenta de "diferente" é a manjada mistura com a música clássica, na faixa "Ludwig Van", uma
versão da "Nona Sinfonia" de
Beethoven. Para um grupo que
já se misturou com os índios e
com tambores africanos, é um
passo atrás, conservador.
O que salva o CD de uma avaliação pior são as faixas "Filthy
Rot" (que remete ao clássico
"Roots") e "What I Do!".
A-LEX
Artista: Sepultura
Gravadora: Atração Fonográfica
Quanto: R$ 27
Avaliação: regular
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