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São Paulo, sexta-feira, 28 de fevereiro de 2003

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CINEMA/ESTRÉIAS

"CRISTINA QUER CASAR"

Longa tematiza relações amorosas e "maldito aluguel"

Comédia romântica aborda a solidão e o desemprego

DA REPORTAGEM LOCAL

Cristina tem dois dilemas: 1) desempregada, como arranjar dinheiro para pagar o aluguel no fim do mês? 2) sem namorado ou pretendente, como se livrar da vida de solteira?
"A necessidade de pagar o maldito aluguel e a dificuldade de comunicação nos relacionamentos afetivos são dois temas da minha geração e me interessam muito", diz o diretor Luiz Villaça, 37. Ele decidiu levar as questões para o cinema em "Cristina Quer Casar", seu segundo longa-metragem, que estréia hoje.
Sim, Cristina quer casar para resolver os dois problemas de uma só vez. Acha que o altar pode, ao mesmo tempo, afastar a solidão e ajeitar a vida financeira.
A atriz Denise Fraga, que interpreta a candidata a esposa na comédia romântica de Villaça, diz que o sonho romântico é a realidade de muitas mulheres e acha que não há possibilidade de a trama do longa reforçar o preconceito da fêmea caça-dotes.
"Acho que muitas mulheres ainda sonham com o príncipe encantado, que chega no cavalo branco, independentemente do tamanho do cofre", diz a atriz.
A favor da avaliação de Fraga está o fato de que os pretendentes que Cristina pinça na agência matrimonial de Chico (Marco Ricca), são, no máximo, financeiramente remediados.
Villaça diz que o argumento do longa (desenvolvido por ele mesmo) lhe permitiu exercer "o cinema da simplicidade", aquele que coloca "uma lente de aumento no cotidiano".
O filme é também uma tentativa do diretor de "desenvolver um trabalho cada vez mais elaborado -popular, de absoluto bom gosto e autoral, e uma busca firme e densa com os atores".
Coube ao diretor, no entanto, refrear o ímpeto de Fraga e Ricca, recorrendo ao pensamento ilustrado de Shakespeare. "Macbeth pra vocês: "O que está feito, está feito'", decretou Villaça, anteontem.
Diretor e elenco jantavam, após a pré-estréia carioca do filme, e "Cristina" e "Chico" ainda formulavam outras hipóteses interpretativas para as cenas que dividem. "Eles são excelentes parceiros, se eu deixasse, estariam discutindo as cenas até hoje", afirma o cineasta.
A escolha do galã Fabio Assunção para interpretar o candidato a marido Paulo -personagem que é "um bolha", na definição do diretor- é uma espécie de pacto entre Villaça e Assunção, que são amigos. "Eu queria desmontar alguém, e o Fabio topou isso," diz o cineasta.
Fraga, que é casada com Villaça e estrelou também seu primeiro longa, "Por Trás do Pano" (1999), diz que é "melhor atriz por ele [Villaça]". "O fato de ele conhecer outras Denises, que não só a engraçada, a cômica, me ajuda a conseguir explorar, na minha atuação, muito mais possibilidades." (SA)


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