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CINEMA/ESTRÉIAS
"CRISTINA QUER CASAR"
Longa tematiza relações amorosas e "maldito aluguel"
Comédia romântica aborda a solidão e o desemprego
DA REPORTAGEM LOCAL
Cristina tem dois dilemas: 1) desempregada, como arranjar dinheiro para pagar o aluguel no fim do mês? 2) sem namorado ou
pretendente, como se livrar da vida de solteira?
"A necessidade de pagar o maldito aluguel e a dificuldade de comunicação nos relacionamentos
afetivos são dois temas da minha
geração e me interessam muito",
diz o diretor Luiz Villaça, 37. Ele
decidiu levar as questões para o
cinema em "Cristina Quer Casar",
seu segundo longa-metragem,
que estréia hoje.
Sim, Cristina quer casar para resolver os dois problemas de uma
só vez. Acha que o altar pode, ao
mesmo tempo, afastar a solidão e
ajeitar a vida financeira.
A atriz Denise Fraga, que interpreta a candidata a esposa na comédia romântica de Villaça, diz
que o sonho romântico é a realidade de muitas mulheres e acha
que não há possibilidade de a trama do longa reforçar o preconceito da fêmea caça-dotes.
"Acho que muitas mulheres
ainda sonham com o príncipe encantado, que chega no cavalo
branco, independentemente do
tamanho do cofre", diz a atriz.
A favor da avaliação de Fraga
está o fato de que os pretendentes
que Cristina pinça na agência matrimonial de Chico (Marco Ricca), são, no máximo, financeiramente remediados.
Villaça diz que o argumento do
longa (desenvolvido por ele mesmo) lhe permitiu exercer "o cinema da simplicidade", aquele que
coloca "uma lente de aumento no
cotidiano".
O filme é também uma tentativa
do diretor de "desenvolver um
trabalho cada vez mais elaborado
-popular, de absoluto bom gosto e autoral, e uma busca firme e
densa com os atores".
Coube ao diretor, no entanto,
refrear o ímpeto de Fraga e Ricca,
recorrendo ao pensamento ilustrado de Shakespeare. "Macbeth
pra vocês: "O que está feito, está
feito'", decretou Villaça, anteontem.
Diretor e elenco jantavam, após
a pré-estréia carioca do filme, e
"Cristina" e "Chico" ainda formulavam outras hipóteses interpretativas para as cenas que dividem. "Eles são excelentes parceiros, se eu deixasse, estariam discutindo as cenas até hoje", afirma
o cineasta.
A escolha do galã Fabio Assunção para interpretar o candidato a
marido Paulo -personagem que
é "um bolha", na definição do diretor- é uma espécie de pacto
entre Villaça e Assunção, que são
amigos. "Eu queria desmontar alguém, e o Fabio topou isso," diz o
cineasta.
Fraga, que é casada com Villaça
e estrelou também seu primeiro
longa, "Por Trás do Pano" (1999),
diz que é "melhor atriz por ele
[Villaça]". "O fato de ele conhecer
outras Denises, que não só a engraçada, a cômica, me ajuda a
conseguir explorar, na minha
atuação, muito mais possibilidades." (SA)
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