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Abujamra responde às provocações do Brasil
VALMIR SANTOS
ENVIADO ESPECIAL A CURITIBA
O arroba em "O Provocador@"
é sinal de protesto contra o que
entende como ditadura do virtual
nos dias que correm. O sentimento de indignação do título é o mesmo que Antônio Abujamra pretende levar ao palco em seu novo
espetáculo, que teve pré-estréia
em São Paulo, na semana passada, e chega à Mostra do Teatro
Contemporâneo em Curitiba.
Esgotaram-se os ingressos para
as duas sessões, ontem e hoje. A
organização abriu apresentação
extra para amanhã, às 23h.
Com 51 anos de carreira, Abujamra, 68, faz da língua afiada um
dos seus principais instrumentos
em cena. Foi assim em "O Veneno
do Teatro" e "O Contrabaixo",
por exemplo. É assim em "O Provocador@", no qual compila poemas e narrativas de escritores como Baudelaire, Rimbaud, André
Sant'Anna, Eurípedes e outros.
Claro, a remissão imediata é para o programa "Provocações",
que apresenta na TV Cultura. No
palco, porém, sob trilha do filho
André, Abujamra se pretende
mais contundente com o gigante
Brasil que provoca seus cidadãos
com injustiças de toda ordem.
Na raiz, ele investe no (des)entendimento do teatro. "Nós damos um passo, o teatro dá dois.
Damos dois passos, o teatro dá
quatro. Para isso serve a utopia:
para seguirmos caminhando."
Agarra-se firme ao verbo de
Rimbaud: "Indiferente às minhas
equipagens, sigo pelos rios, completamente liberto dessa vez". São
pistas para um não-recital, no
qual rimará mordacidade e comicidade para depois destruí-las.
Os jornalistas Valmir Santos e Kil
Abreu viajaram a convite da organização do Festival de Teatro de Curitiba
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