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TVs copiam o "modelo Globo"
DA REPORTAGEM LOCAL
As investidas da Record e da
Band na indústria cinematográfica inspiram-se no modelo da Globo Filmes. O braço cinematográfico do grupo, criado em 1998, utiliza a estrutura da TV (comerciais, programas, elenco, diretores) e tem hoje sua marca em nove
das dez maiores bilheterias.
O lucro da Globo não é exatamente financeiro. Ela valoriza
seus artistas e sua imagem de "defensora da cultura brasileira". Vamos a um exemplo: "Xuxa e os
Duendes", da produtora de Diler
Trindade. O longa teve custo de
R$ 5,8 mi. Captou R$ 3,7 mi por
leis de incentivo, e os outros R$ 2,1
mi, com investidores. Nada veio
da Globo Filmes, que entrou com
divulgação. O filme teve renda
bruta de R$ 11,6 milhões, e a Globo ficou com R$ 250 mil.
Por enquanto, a Record Filmes
não tem registro em cartório nem
é um departamento formalmente
criado na TV. A negociação de
"Eliana" foi feita com Dennis Munhoz, presidente da TV, e o bispo
Honorilton Gonçalves, superintendente-executivo e de produção, da Igreja Universal.
Quem toca o projeto da Band
Filmes é Cláudio Petraglia, 73, diretor-geral da rede no Rio, um
dos produtores do lendário seriado "Vigilante Rodoviário". "Estávamos tocando a idéia da Band
Filmes há um ano, mas agora ela
tomou forma. O momento é favorável, o preconceito do público
com filmes nacionais está acabando", disse Petraglia à Folha.
Segundo ele, a Band investirá
em títulos populares e numa linha
voltada ao público mais "intelectualizado". "O filme não precisa
ser lucrativo financeiramente. O
importante é ter ganho à imagem
da Band." Por trás dessa empreitada está também a intenção de
evitar que o governo crie uma lei
obrigando a TV a doar parte de
seu lucro ao cinema.
(LM)
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