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São Paulo, segunda-feira, 28 de abril de 2003

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Dor e poesia sem pieguice dão tom do livro

DA REPORTAGEM LOCAL

"Tropicaos" acontece, enfim, para enriquecer o conhecimento sobre o que foi mesmo o tropicalismo, movimento que até há pouco só subsistia na versão vencedora de seus maiores cânones.
O ângulo radical de Rogério Duarte se soma a outros -como os de Rogério Duprat e Tom Zé. Cada um em escala própria, todos se opõem à idéia de genialidade e de santidade que ronda os inquestionáveis Caetano e Gil -a oposição a ela compunha o programa tropicalista, afinal.
Difícil saber quem renunciou mais dramaticamente, se os radicais ou os moderados. Juntos ou separados, ainda hoje só fazem sentido amplo quando se integram numa única e contraditória geléia geral.
Rogério Duarte, inspirador da "marginália" tropicalista, hoje oferece o brinde tardio de seu pensamento. Desreprimindo-se a si, desreprime junto a velha e cansada tropicália. O melhor: sincero a ponto de desconcertar, mas despojado de projeções piegas ou autopiedosas, se desvenda no livro como poeta profundo, mesmo quando proseia sobre a dor culpada do torturado(r).
(PEDRO ALEXANDRE SANCHES)


Tropicaos   
Autor: Rogério Duarte
Lançamento: editora Azougue
Quanto: R$ 39 (178 págs.)



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