São Paulo, sábado, 28 de julho de 2007

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LIVROS

Empresas evitam divulgar seus números

DA REPORTAGEM LOCAL

Há entre os editores visões contraditórias sobre crescimento, estagnação ou crise no mercado editorial, e a principal razão é a carência de dados confiáveis. Como as empresas têm capital fechado, não são obrigadas a divulgar seus números de vendas, faturamento ou lucro.
A pesquisa anual do Snel (Sindicato Nacional dos Editores de Livros) e da CBL (Câmara Brasileira do Livro) é feita a partir de dados enviados pelas próprias editoras. Não se questiona a idoneidade no tratamento dos dados, analisados pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). Mas há editoras que dizem, sob a condição de não serem citadas, que os números não refletem a realidade, já que todas querem "esconder os números da concorrência".
Um dos maiores críticos dessa insegurança nos dados é Fabio Sá Earp, economista da UFRJ que há anos acompanha a evolução do mercado editorial. Ao analisar as pesquisas anuais Snel/CBL, Earp chegou a conclusões bem diferentes daquelas divulgadas pelos patrocinadores dos levantamentos, que evitavam falar em crise. Ele destacou que, de 1998 a 2005, houve uma queda brutal no faturamento total das empresas (de R$ 4,6 bilhões para R$ 2,5 bilhões, já levando em conta a inflação no período).
Mas o economista considera que 2005 foi um ano de inflexão e que, baseado nos números da próxima pesquisa, pode afirmar que 2006 marcou uma virada. "Sempre fui visto como aquele que trazia as más notícias. Com a confirmação desses números, ficaria contente de anunciar que o mercado realmente voltou a crescer". (MS)


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