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LIVROS
Empresas evitam divulgar seus números
DA REPORTAGEM LOCAL
Há entre os editores visões
contraditórias sobre crescimento, estagnação ou crise no
mercado editorial, e a principal
razão é a carência de dados confiáveis. Como as empresas têm
capital fechado, não são obrigadas a divulgar seus números de
vendas, faturamento ou lucro.
A pesquisa anual do Snel
(Sindicato Nacional dos Editores de Livros) e da CBL (Câmara Brasileira do Livro) é feita a
partir de dados enviados pelas
próprias editoras. Não se questiona a idoneidade no tratamento dos dados, analisados
pela Fipe (Fundação Instituto
de Pesquisas Econômicas).
Mas há editoras que dizem, sob
a condição de não serem citadas, que os números não refletem a realidade, já que todas
querem "esconder os números
da concorrência".
Um dos maiores críticos dessa insegurança nos dados é Fabio Sá Earp, economista da
UFRJ que há anos acompanha
a evolução do mercado editorial. Ao analisar as pesquisas
anuais Snel/CBL, Earp chegou
a conclusões bem diferentes
daquelas divulgadas pelos patrocinadores dos levantamentos, que evitavam falar em crise. Ele destacou que, de 1998 a
2005, houve uma queda brutal
no faturamento total das empresas (de R$ 4,6 bilhões para
R$ 2,5 bilhões, já levando em
conta a inflação no período).
Mas o economista considera
que 2005 foi um ano de inflexão e que, baseado nos números da próxima pesquisa, pode
afirmar que 2006 marcou uma
virada. "Sempre fui visto como
aquele que trazia as más notícias. Com a confirmação desses
números, ficaria contente de
anunciar que o mercado realmente voltou a crescer".
(MS)
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