São Paulo, terça, 28 de julho de 1998 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice BOOGIE NIGHTS da Redação Os anos 70 são vistos em "Boogie Nights" pelo viés do excesso. De tudo: sexo, cor, droga, brilho e discothèque, templo onde todos os outros itens se encontravam. A trilha do filme reúne esses ingredientes, que hoje soam cômicos, em alguns casos. Como na maravilhosa e sacana "Jungle Fever" (72), dos belgas e desconhecidos Chakachas. A vocalista simula transa, implorando: "Suave, suave", em meio a percussão e guitarras sensuais. Ícones da década permeiam toda a trilha: "Best of My Love" (77), do trio feminino The Emotions, com forte base gospel, ainda faz estalar os dedos e bater palmas; "Spill the Wine" (70), primeiro hit da banda War junto com Eric Burdon, ex-The Animals, sexy, apesar da flautinha à Jethro Tull. Os Commodores, na instrumental "Machine Gun" (74), são a versão auditiva da "calça boca-de-sino encontra a meia de lurex". E o que dizer de "Ain't No Stoppin' Us Now" (79), da dupla McFadden & Whitehead? Na virada para os 80, ainda não era hora de pará-los, de delir os extremos. O CD é bem amarrado. Começa com "Feel the Heat", com Dirk Diggler (o personagem de Mark Wahlberg), com as ventas entulhadas de cocaína, pateticamente tentando ser "rock star", e termina com "God Only Knows" (66), dos Beach Boys, e a música-tema "The Big Top", ambas retratos fiéis de tanta devastação. (MN) Lançamento: EMI Texto Anterior | Próximo Texto | Índice |
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