São Paulo, quarta-feira, 28 de agosto de 2002

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CRÍTICA

"Beijo" peca na dosagem de elementos

ESTHER HAMBURGER
CRÍTICA DA FOLHA

"O Beijo do Vampiro" estreou na última segunda, em grande estilo. O visual diferenciado e a fofoca em torno da vida da equipe atraiu a atenção para um primeiro capítulo desigual.
É provável que o tempo em que novelas conseguiam, diariamente, atrair o público mais amplo de que se tem notícia em torno de folhetins -que muitas vezes pautaram a arena pública brasileira-, tenha se esgotado. Hoje, a busca da simpatia de segmentos díspares, como "as donas-de-casa" ou o público "infanto-juvenil", não é fácil. A busca da dosagem certa resulta, às vezes, na colagem de elementos que, de tão diferentes, ameaçam a força dramática.
A nova novela combina efeitos especiais e um clima gótico, em uma Idade Média reconstruída, e a mais convencional representação naturalista do universo de classe média alta contemporânea.
O flashback aqui viaja por séculos, levando o melodrama para épocas que antecedem mesmo a gênese desse modo de expressão, que de novo não tem nada. A sina do vampiro encarnado por Tarcísio Meira, com um charme especial, transporta o mal como força inabalável ao longo da história. O vilão não desiste de sua princesa.
E as peripécias se anunciam. Acompanhado de Mina (Claudia Raia, belíssima), vampira francesa sofisticada, Bóris protagoniza o núcleo mais convincente.
Vampiros também se reproduzem da maneira humana. Apaixonada, Mina não pode ter filhos, o que configura o conflito em torno do herdeiro -ponte entre o universo paradisíaco dos vampiros, onde ninguém envelhece ou engorda, e o dia-a-dia dos normais. O tom de estréia foi de suspense um pouco acima do tolerável ao público infantil. Mas o tempero ainda pode mudar.


O Beijo do Vampiro   
Quando: de seg. a sáb., às 19h
Onde: TV Globo




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