|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CRÍTICA
"Beijo" peca na dosagem de elementos
ESTHER HAMBURGER
CRÍTICA DA FOLHA
"O Beijo do Vampiro" estreou na última segunda,
em grande estilo. O visual diferenciado e a fofoca em torno da vida
da equipe atraiu a atenção para
um primeiro capítulo desigual.
É provável que o tempo em que
novelas conseguiam, diariamente, atrair o público mais amplo de
que se tem notícia em torno de folhetins -que muitas vezes pautaram a arena pública brasileira-,
tenha se esgotado. Hoje, a busca
da simpatia de segmentos díspares, como "as donas-de-casa" ou
o público "infanto-juvenil", não é
fácil. A busca da dosagem certa
resulta, às vezes, na colagem de
elementos que, de tão diferentes,
ameaçam a força dramática.
A nova novela combina efeitos
especiais e um clima gótico, em
uma Idade Média reconstruída, e
a mais convencional representação naturalista do universo de
classe média alta contemporânea.
O flashback aqui viaja por séculos, levando o melodrama para
épocas que antecedem mesmo a
gênese desse modo de expressão,
que de novo não tem nada. A sina
do vampiro encarnado por Tarcísio Meira, com um charme especial, transporta o mal como força
inabalável ao longo da história. O
vilão não desiste de sua princesa.
E as peripécias se anunciam.
Acompanhado de Mina (Claudia
Raia, belíssima), vampira francesa sofisticada, Bóris protagoniza o
núcleo mais convincente.
Vampiros também se reproduzem da maneira humana. Apaixonada, Mina não pode ter filhos,
o que configura o conflito em torno do herdeiro -ponte entre o
universo paradisíaco dos vampiros, onde ninguém envelhece ou
engorda, e o dia-a-dia dos normais. O tom de estréia foi de suspense um pouco acima do tolerável ao público infantil. Mas o tempero ainda pode mudar.
O Beijo do Vampiro
Quando: de seg. a sáb., às 19h
Onde: TV Globo
Texto Anterior: Jazz "country" de Norah Jones deve vir ao Brasil em 2003 Próximo Texto: Marcelo Coelho: Os candidatos e a luta pelo melhor boletim Índice
|