São Paulo, domingo, 28 de setembro de 2008

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"Sex Shake" fala de sexo em ritmo de clipe

Programa produzido pelo coletivo Apavoramento Sound System estreou em agosto no canal Multishow

BRUNA BITTENCOURT
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Destoando do "soft porn" estrangeiro que se espalha pelas madrugadas da TV, "Sex Shake" fala de sexo em linguagem de videoclipe e com algum humor. Com 15 minutos de duração, o programa nacional é exibido desde agosto no Multishow e marca a estréia na TV do grupo de DJs e VJs carioca Apavoramento Sound System.
A tal "batida sexual" do título do programa se traduz na edição frenética, picotada, para misturar cenas de dançarinas de funk ensaiando coreografias, mulheres rebolando sobre balcões de bar e notícias tão insólitas quanto picantes. Numa edição recente, por exemplo, uma foto da atriz Sienna Miller com um homem numa praia surgiu com legenda dizendo que ela "protagonizou cenas tórridas com um milionário casado e virou manchete de tablóides pelo mundo".
""Sex Shake" é o resultado de várias mídias", afirma João Rebello, 29, diretor do programa, e um dos membros do Apavoramento. "É como uma montagem de funk, em que vários trechos de música constroem uma nova", compara o DJ.
O convite para o grupo fazer "Sex Shake" surgiu quando o Multishow passou a apostar em programas que envolvessem outras mídias, como o extinto "Retrato Celular", série gravada a partir de telefones celulares, e "As Pegadoras", no ar desde maio na grade do canal.
Produzido pela Conspiração, "Pegadoras" é apresentado por três mulheres que lêem relatos enviados por internautas de alguma história sobre sexo. Cabe ao trio escolher a melhor, que é recriada por atores.
O making of do programa é um dos quadros de "Sex Shake", assim como "Supersafadas", no qual garotas -que são, na maioria das vezes, conhecidas do coletivo- falam sobre seus relacionamentos e experiências sexuais. "Elas acabam saindo mais resolvidas, vira uma análise, é a parte freudiana do programa", filosofa Rebello.
Parte das cenas de "Sex Shake" -registros de bailes funk e extravagâncias da noite, além de trechos de filmes- vem do arquivo de imagens do Apavoramento Sound System.

Sets na praia
O grupo ficou conhecido na cena eletrônica a partir de 2003, quando, além das casas noturnas, montava sets-relâmpago, para tocar durante o dia em praias cariocas -naquele ano, também foi escalado pelo Tim Festival. No repertório, a mesma fusão de electrofunk, breakbeat e funk carioca, que marca a trilha do "Sex Shake".
"A gente começou como um sound system e evoluímos para uma produtora", diz o diretor.
Antes do programa, o Apavoramento estreou no teatro com "Zapeando", seqüência de esquetes que satirizava a TV. Escrita por Chico Paschoal e Bento Ribeiro, filho do escritor João Ubaldo Ribeiro, "Zapeando" fez duas temporadas no Rio e foi ao Festival de Teatro de Curitiba deste ano.
"A peça ajudou a aprimorar a linguagem do "Sex Shake'", diz.
"O Rio sempre teve uma escola de humor besteirol. É natural lembrar do "TV Pirata", do Asdrúbal [Trouxe o Trombone]."
Agora o diretor quer levar "Zapeando" à TV e fazer piada dela nela mesma.



SEX SHAKE
Quando: de seg. a sex., à 0h15
Onde: no Multishow
Classificação indicativa: não informada




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