UOL


São Paulo, sexta-feira, 28 de novembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

POPLOAD

Vocaloid (ou quando o Elvis cantou "Oops, I Did It Again")

LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA

O anúncio foi feito em março, em Frankfurt, na Alemanha. Mas pouca gente deu alguma bola. Agora que o alarde saiu no "New York Times", no domingo passado, o assunto deve ganhar o planeta, virar capa da "Wired", essas coisas.
Em janeiro vai ser lançado o Vocaloid, programa de computador que irá sintetizar a antes não sintetizável voz humana, com suas complexidades e variáveis, chegar perto da perfeição e ainda numa qualidade de "show de estádio", como vendem a história.
O programa foi criado em uma parceria da Zero-G (?) e a Yamaha, que é líder mundial em áudio digital e na manufatura de instrumentos musicais.
Grosso modo, o negócio é a construção e codificação de uma "biblioteca de voz", que prepara na verdade um banco de vozes de cantores famosos. Com a música no computador, você insere as palavras e as notas que você quer na melodia. Daí aciona o banco de vozes e escolhe o cantor que quer que interprete a tal música.
Isso pode ser usado para fazer o Carlinhos Brown interpretar "Wonderwall", do Oasis, ou você mesmo compor uma melodia para que o Mick Jagger cante.
A reportagem do "NYT" tinha o título: "Posso ter essa música cantada pelo Elvis, por favor?" e sugeria: "Quer ouvir o Elvis cantando "Oops! I Did It Again'? O Vocaloid vai tornar isso possível".
O programa foi desenvolvido em uma universidade da Espanha e deve chegar ao público em janeiro, segundo se estima. Ao custo de US$ 200. Ainda é imensurável o barulho que isso pode causar na música. Pensa os detentores dos direitos do Elvis (Lisa?) tentando impedir as pessoas de botarem o lendário cantor fazendo dueto com a Whitney Houston.
Imagina o hit dance "Satisfaction", do Benny Benassi, que tem a voz feminina robotizada do macintosh, sendo cantada com uma perfeita apropriação da voz da Marisa Monte. E a revolução na música não pára.

Barbada
Conforme estamos aprendendo com as novas tendências do comportamento humano e através de desenhos educativos como o "South Park", o metrossexual é o homem moderno.
E esse homem moderno é o cara hetero que adota o estilo de vida da cultura gay. É macho, mas vai ao cabeleireiro toda semana, faz as unhas, curte um vinho bom, adora umas compras, combina a meia com o cinto.
Na edição de dezembro da revista "The Face", veio o contra-ataque. A britânica revista-bíblia dos descolados detectou que o levante feminino vem em forma de barba e bigode. É cool agora "ladies" com o chamado cabelo facial. A Peaches apareceu barbada na capa de seu mais recente disco. E uma das garotas do Le Tigre cultiva uma penugem na cara.

Iron Maiden
Pega sua mão direita e a bote à frente do seu corpo, com a palma virada para você. Mantenha o dedinho e o indicador esticados e dobre os do meio, segurando com o dedão. Agora grite: "Metaaaaaaaal". O Iron toca no RJ, em 16 de janeiro, e em SP, no Pacaembu, no dia seguinte

TCTC
Só para avisar, já tem nas lojas daqui o álbum "Kick Up the Fire and Let the Flames Break Loose", dos ingleses The Cooper Temple Clause. Este "Kick Up" pode ser irregular, mas é bem bom no que ele tem de bom, como "Promises Promises" e "Blind Pilots".

lucio@uol.com.br


Texto Anterior: Mônica Bergamo
Próximo Texto: Cinema/estréia: Juliette Binoche defende "transformação amorosa"
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.