São Paulo, sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

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Saudades da Nouvelle Vague

Estréia hoje "Em Paris", de Christophe Honoré, filme que dialoga com a principal fase do cinema francês; diretor fala à Folha

MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de quatro filmes no currículo, Christophe Honoré, 37, está mais para o novo "darling" que para o "enfant terrible" do cinema francês atual. Seu mais recente longa, "Canções de Amor", foi um dos filmes-sensação da temporada cinematográfica do país e competiu na mais recente edição do Festival de Cannes, em maio.
No entanto, antes veio "Em Paris", que estréia hoje em SP. Honoré exibiu-o na Quinzena dos Realizadores de Cannes-2006, arrancando elogios da parcela mais prestigiada da crítica francesa, liderada pela revista "Cahiers du Cinéma", que destacou sua "alegria de filmar", ligando-o à nouvelle vague -principal movimento do cinema francês, que revelou Truffaut e Godard nos anos 60.
O filme gira em torno da relação familiar protagonizada por dois irmãos. Um deles, Paul (Romain Duris), passa por uma crise depressiva. O outro, Jonathan (Louis Garrel), é um colecionador quase compulsivo de casos amorosos rápidos. A seguir, Honoré fala à Folha sobre suas influências.  

FOLHA - Como se deu a escolha dos dois protagonistas de "Em Paris"?
CHRISTOPHE HONORÉ
- Meu primeiro desejo foi filmar novamente com esses dois atores que já tinham atuado em meus filmes anteriores. E oferecer a eles papéis que permitissem uma abordagem nova. Duris freqüentemente é usado nos filmes como um corpo enérgico, uma silhueta arranhada, e eu tive vontade de me aproximar dele e me concentrar sobre seu olhar, sua interioridade.
Veio disso a idéia da trama em que ele fica fechado num quarto. Para Garrel, pelo contrário, eu quis deixá-lo viver no plano; eu sabia que ele era o motor da história. Seu personagem é quase burlesco; ele está sempre prestes a sair do campo.


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