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Saudades da Nouvelle Vague
Estréia hoje "Em Paris", de Christophe Honoré, filme que dialoga com a principal fase do cinema francês; diretor fala à Folha
MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de quatro filmes no
currículo, Christophe Honoré,
37, está mais para o novo "darling" que para o "enfant terrible" do cinema francês atual.
Seu mais recente longa, "Canções de Amor", foi um dos filmes-sensação da temporada cinematográfica do país e competiu na mais recente edição do
Festival de Cannes, em maio.
No entanto, antes veio "Em
Paris", que estréia hoje em SP.
Honoré exibiu-o na Quinzena
dos Realizadores de Cannes-2006, arrancando elogios da
parcela mais prestigiada da crítica francesa, liderada pela revista "Cahiers du Cinéma", que
destacou sua "alegria de filmar", ligando-o à nouvelle vague -principal movimento do
cinema francês, que revelou Truffaut e Godard nos anos 60.
O filme gira em torno da relação familiar protagonizada por
dois irmãos. Um deles, Paul
(Romain Duris), passa por uma
crise depressiva. O outro, Jonathan (Louis Garrel), é um colecionador quase compulsivo de
casos amorosos rápidos.
A seguir, Honoré fala à Folha
sobre suas influências.
FOLHA - Como se deu a escolha dos
dois protagonistas de "Em Paris"?
CHRISTOPHE HONORÉ - Meu primeiro desejo foi filmar novamente com esses dois atores
que já tinham atuado em meus
filmes anteriores. E oferecer a
eles papéis que permitissem
uma abordagem nova. Duris
freqüentemente é usado nos
filmes como um corpo enérgico, uma silhueta arranhada, e
eu tive vontade de me aproximar dele e me concentrar sobre
seu olhar, sua interioridade.
Veio disso a idéia da trama em
que ele fica fechado num quarto. Para Garrel, pelo contrário,
eu quis deixá-lo viver no plano;
eu sabia que ele era o motor da
história. Seu personagem é
quase burlesco; ele está sempre
prestes a sair do campo.
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