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Geração faz da arte a dimensão do absurdo
DO ENVIADO AO RIO
Mundos estranhos não são
exclusividade da antiarquitetura de absurdos de Eduardo Berliner. Jovens pintores do país
têm mergulhado no bizarro para construir suas telas.
Ana Prata garimpa na internet as fotografias insólitas que
ressurgem transmutadas em
suas pinturas. Se objetos domésticos, uma calça jeans pendurada atrás da porta e outras
cenas parecem corriqueiras demais, uma vaca dentro de um
Lada atravessando a neve dá a
dimensão do absurdo na obra.
Rodrigo Bivar, outro jovem
pintor egresso do grupo 2000 e
Oito, usa um processo parecido
com o de Berliner, remontando
fotografias para lastrear suas
séries de pinturas insólitas.
Abusa de enquadramentos
incomuns para criar formas roliças. E visita universos fantásticos, com o de crianças fantasiadas e o de animais híbridos,
como uma lhama-coelho.
Contrastam com o mundo
estéril, mas não menos estranho, das telas de Rafael Carneiro. Ele também busca na internet suas imagens -salas e laboratórios, quase sempre vazios,
como imagens de um circuito
de vigilância.
A densidade em torno da
imagem, espécie de aura de
chumbo, aproxima do absurdo
de Berliner. Em comum, esses
tempos estranhos.
(SM)
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