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O MUNDO DE BACO
No embalo do interesse crescente, lojas ampliam horizontes
JORGE CARRARA
COLUNISTA DA FOLHA
Fruto provavelmente do
crescente entusiasmo pela
enogastronomia e do interesse e
procura pela bebida, o mercado
brasileiro de vinhos está ficando
cada vez mais sofisticado. Calcula-se que os apreciadores do país
têm hoje ao seu alcance cerca de
10 mil rótulos diferentes, oriundos das principais regiões do
mundo.
No embalo, além de surgirem
novas importadoras, outras, do tipo "boutique" -criadas para focar apenas num punhado de vinícolas de um único país-, decidiram ampliar os seus horizontes.
Uma delas é a Premium (tel. 0/
xx/31/3282-1588) de Belo Horizonte, inaugurada para importar
exclusivamente tintos e brancos
da Nova Zelândia, a paixão inicial
dos seus proprietários. Tempos
depois a casa mineira abriu espaço para os goles chilenos da Casa
Rivas e agora finca o pé em terras
européias, trazendo uma pequena
coleção de vinhos franceses, composta por garrafas das regiões de
Bordeaux, Rhône e do sudeste da
França. Os que degustei, todos
tintos, mostraram uma razoável
relação custo-benefício, uma qualidade pouco habitual nos vinhos
daquelas bandas.
Impressionou bem o Château
Joanny 2001, um Côtes de Rhône
Villages, elaborado com uvas grenache (70%) e syrah, um vinho de
paladar agradável, redondo, que
combina frutas vermelhas com
exóticas pinceladas cítricas e de
nectarina (85/100, R$ 34).
Bom também o Les Corioles
2002, da região de Corbièrs, no
sudeste gaulês. Também corte de
uvas syrah (70%) e grenache, ele é
um vinho de corpo médio, que
tem aroma e sabor que mescla
amoras e leve goiaba com um toque herbáceo (86/100, R$ 38).
O melhor foi outro rubro do sudeste, o Château d'Or et des
Gueules Cuvée Trassegum 2000,
um vinho de uvas syrah, carignan
e mourvédre, de perfume complexo (ameixas maduras, amoras,
chocolate, couro) e paladar bem
estruturado e frutado, bela escolta
para uma carne vermelha assada
(87/100, R$ 71,50).
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