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Crise atinge espetáculos da Broadway
ANDREA MURTA
DE NOVA YORK
Filas quilométricas e ingressos esgotados estão
fora de cartaz na Broadway. Culpa não só do frio
do inverno nos EUA: os
palcos de Nova York sentem os efeitos da crise econômica no sumiço de público e de investidores, o
que vem afetando o tipo e
o número das exibições.
Em janeiro, ao menos 13
espetáculos foram encerrados permanentemente,
incluindo sucessos como
"Grease" e "Hairspray".
Alguns finalizaram temporada, mas a maioria teve
o último ato determinado
pelas projeções negativas
de investidores para 2009.
A queda de audiência
começou a ser notada em
outubro, com a piora da
recessão. Em novembro, o
público semanal já havia
caído em 30 mil pessoas,
segundo o "USA Today",
com base em dados oficiais. Os teatros tentaram
ser criativos -reduziram a
publicidade em papel, trocaram lâmpadas de letreiros por econômicas-, mas
o impacto das ações foi limitado. Hoje, pode-se adquirir, sem fila, ingressos
com 50% de desconto para
mais de 25 shows até minutos antes de seu início.
Nas coxias, o corte de investimentos é problema
certo. Segundo a American Theater Wing, criadora do Prêmio Tony, grande
parte dos shows da Broadway tem dificuldade de recuperar o investimento
inicial. "Mas, claro, a crise
prejudica o levantamento
de fundos", diz à Folha o
diretor-executivo Howard
Sherman. Para ele, os 23
shows que estreiam até
abril são sinal de que a atividade não cairá. Mas o fato de só um terço deles serem musicais, admite, está
ligado à produção mais barata das peças.
Teatros off-Broadway
vivem questões similares.
Joseph Melillo, diretor-executivo do complexo de
teatros e cinemas Academia de Música do Broo-klyn, diz que "não houve
impacto negativo na venda de ingressos, mas as
pessoas reduziram as doações. É preocupante".
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