São Paulo, quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

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Crise atinge espetáculos da Broadway

ANDREA MURTA
DE NOVA YORK

Filas quilométricas e ingressos esgotados estão fora de cartaz na Broadway. Culpa não só do frio do inverno nos EUA: os palcos de Nova York sentem os efeitos da crise econômica no sumiço de público e de investidores, o que vem afetando o tipo e o número das exibições.
Em janeiro, ao menos 13 espetáculos foram encerrados permanentemente, incluindo sucessos como "Grease" e "Hairspray". Alguns finalizaram temporada, mas a maioria teve o último ato determinado pelas projeções negativas de investidores para 2009.
A queda de audiência começou a ser notada em outubro, com a piora da recessão. Em novembro, o público semanal já havia caído em 30 mil pessoas, segundo o "USA Today", com base em dados oficiais. Os teatros tentaram ser criativos -reduziram a publicidade em papel, trocaram lâmpadas de letreiros por econômicas-, mas o impacto das ações foi limitado. Hoje, pode-se adquirir, sem fila, ingressos com 50% de desconto para mais de 25 shows até minutos antes de seu início.
Nas coxias, o corte de investimentos é problema certo. Segundo a American Theater Wing, criadora do Prêmio Tony, grande parte dos shows da Broadway tem dificuldade de recuperar o investimento inicial. "Mas, claro, a crise prejudica o levantamento de fundos", diz à Folha o diretor-executivo Howard Sherman. Para ele, os 23 shows que estreiam até abril são sinal de que a atividade não cairá. Mas o fato de só um terço deles serem musicais, admite, está ligado à produção mais barata das peças.
Teatros off-Broadway vivem questões similares. Joseph Melillo, diretor-executivo do complexo de teatros e cinemas Academia de Música do Broo-klyn, diz que "não houve impacto negativo na venda de ingressos, mas as pessoas reduziram as doações. É preocupante".


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