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Carandiru acabou com sonho
de Presidência de Fleury
LUIZ ANTÔNIO RYFF
da Reportagem Local
O então governador de São Paulo
na época do Carandiru, Luiz Antonio Fleury Filho, diz nunca ter ouvido falar de Mano Brown. Mas conhece a letra de "Diário de um Detento", que o responsabiliza pela
pela morte de 111 presos.
Fleury diz que ficou provado na
Justiça que não houve, de sua parte, "qualquer ordem para matar". "Eu voltava de helicóptero
para São Paulo e não existia celular
na época. Quando cheguei no Palácio dos Bandeirantes a invasão já
havia ocorrido", afirma ele, sem
citar a possibilidade de comunicação pelo rádio do helicóptero.
"A letra condiz com a exploração política que foi feita do episódio na época", afirma Fleury.
Ele diz que despontava como
candidato a Presidência da República e, com a polêmica, suas chances se esvaíram. "O objetivo de
meus adversários foi atingido."
"Ninguém culpa o (governador
Mário) Covas por Diadema (um
morto). Está vendo como são dois
pesos e duas medidas", reclama.
A assessoria de Covas afirma não
existir "um pingo de comparação
entre os dois episódios, já que, diferentemente de Fleury, Covas e o
secretário da Segurança Pública,
José Afonso da Silva, não deram
ordem nenhuma para a ação".
Sobre "Diário de um Detento",
Fleury diz não concordar com a letra. "Mas respeito a manifestação
da liberdade artística e sou contra
qualquer tipo de censura."
Musicalmente, Fleury prefere
MPB, bossa nova e samba, e confessa não gostar de rap -gênero
ouvido pelos filhos adolescentes.
"Gosto mais de melodia do que da
batida seca do rap", diz.
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