São Paulo, quinta, 29 de janeiro de 1998

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Carandiru acabou com sonho de Presidência de Fleury

LUIZ ANTÔNIO RYFF
da Reportagem Local

O então governador de São Paulo na época do Carandiru, Luiz Antonio Fleury Filho, diz nunca ter ouvido falar de Mano Brown. Mas conhece a letra de "Diário de um Detento", que o responsabiliza pela pela morte de 111 presos.
Fleury diz que ficou provado na Justiça que não houve, de sua parte, "qualquer ordem para matar". "Eu voltava de helicóptero para São Paulo e não existia celular na época. Quando cheguei no Palácio dos Bandeirantes a invasão já havia ocorrido", afirma ele, sem citar a possibilidade de comunicação pelo rádio do helicóptero.
"A letra condiz com a exploração política que foi feita do episódio na época", afirma Fleury.
Ele diz que despontava como candidato a Presidência da República e, com a polêmica, suas chances se esvaíram. "O objetivo de meus adversários foi atingido."
"Ninguém culpa o (governador Mário) Covas por Diadema (um morto). Está vendo como são dois pesos e duas medidas", reclama.
A assessoria de Covas afirma não existir "um pingo de comparação entre os dois episódios, já que, diferentemente de Fleury, Covas e o secretário da Segurança Pública, José Afonso da Silva, não deram ordem nenhuma para a ação".
Sobre "Diário de um Detento", Fleury diz não concordar com a letra. "Mas respeito a manifestação da liberdade artística e sou contra qualquer tipo de censura."
Musicalmente, Fleury prefere MPB, bossa nova e samba, e confessa não gostar de rap -gênero ouvido pelos filhos adolescentes. "Gosto mais de melodia do que da batida seca do rap", diz.



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