São Paulo, quinta, 29 de janeiro de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

'A censura acabou', diz secretário

da Redação

O videoclipe "Diário de um Detento" ataca diretamente os governantes à época do massacre, acusando-os de omissão e citando nominalmente o ex-governador Luiz Antonio Fleury Filho.
"Depende do sim ou não de um só homem, que prefere ser neutro pelo telefone", canta Mano Brown. Mais adiante: "O Robocop do governo é frio, não sente pena, só ódio e ri como a hiena".
Segundo Maurício Eça, diretor do clipe, a autorização para filmar na detenção foi solicitada ao juiz-corregedor dos presídios, Ivo de Almeida. De acordo com Eça, ele delegou a decisão ao diretor da Casa de Detenção, Walter Erwin Hoffgen. "O diretor foi informado previamente do motivo das filmagens e autorizou nossa entrada."
As cenas do Carandiru vistas no videoclipe foram feitas nos dias 3 e 12 de dezembro do ano passado.
Segundo o secretário das Administrações Penitenciárias, João Benedicto de Azevedo Marques, a música é "sempre a livre expressão do pensamento do artista, que tem direito a fazer o comentário que quiser". Marques, que tomou conhecimento da letra por meio da Folha, disse ainda que "a censura já acabou". "Se o juiz deu essa orientação, não temos muito a dizer. O diretor da detenção apenas cumpre a determinação." (FO)



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.