São Paulo, sábado, 29 de abril de 2000 |
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"ESPÍRITO CRÍTICO" COMENTÁRIO Livros são exemplos de crítica
ANTONIO CANDIDO especial para a Folha As obras reeditadas agora são três livros de qualidade bastante diferente um do outro, como concepção e como escrita, de modo que servem de exemplo de flexibilidade do bom trabalho crítico. A crítica literária não deve ser bitolada teoricamente, nem uniforme praticamente. Além de ter bases teóricas, é preciso que o crítico saiba ajuntar-se à natureza dos textos, e é o que fazem os três autores. O conjunto de seus livros tem ainda a vantagem de mostrar como se lida com os diferentes gêneros, pois o objeto de João Luiz Lafetá é a crítica literária, o de Roberto Schwarz é a ficção narrativa e o de Davi Arrigucci Jr. é a poesia. O livro de Lafetá, publicado em 1974, fixou um modo novo de encarar o modernismo e ilustrou o que pode ser um bom estudo de período por meio de amostragem. O livro de Schwarz, publicado em 77, não apenas instaurou ângulos novos na crítica machadiana como abriu uma polêmica interessante sobre as contradições do liberalismo brasileiro no século 19. O de Arrigucci, bem posterior, pois é de 97, demonstrou como um crítico solidamente aparelhado pode aprofundar ao máximo a análise de um poema. Antonio Candido é crítico literário e professor emérito da USP Texto Anterior: "Espírito Crítico" baixa na Bienal Próximo Texto: Editora e livraria é marco na história cultural de São Paulo Índice |
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