São Paulo, sábado, 29 de maio de 2010

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CRÍTICA

DOCUMENTÁRIO


Filme convida a experimentar e a observar a solidão

DO EDITOR DA PUBLIFOLHA

"A Alma do Osso" é o primeiro filme de uma trilogia sobre a solidão feita por Cao Guimarães. Na sequência, filmou "Andarilho" (2007).
O fecho da trilogia será uma ficção sobre a solidão nas grandes cidades, adaptação de "O Homem da Multidão", o conto de Edgar Poe, que Guimarães co-dirigirá com Marcelo Gomes ("Cinema, Aspirinas e Urubus").
Em "A Alma do Osso", o "personagem" é Dominguinhos, que aos 71 anos vive sozinho em uma gruta nas montanhas de Itambé do Mato Dentro (MG).
Durante mais de meia hora do filme, o ancião não emite uma palavra. O filme apenas registra seus hábitos, como o trabalho meticuloso de preparação do almoço e o percurso para buscar água.
Só no final ele solta o verbo. Mas não para explicar quem é, como e por que foi parar ali. Conta histórias avulsas, numa linguagem de nexos complicados.
Guimarães recusa todas as fórmulas do documentarismo convencional e os modos invasivos de investigação. O que pede ao espectador é que descubra, observe e experimente, por meio das imagens, a solidão, o silêncio e o delírio de Dominguinhos.


A ALMA DO OSSO

DIREÇÃO Cao Guimarães
ONDE no Cine UOL Lumière
CLASSIFICAÇÃO livre
AVALIAÇÃO ótimo



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