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São Paulo, domingo, 29 de junho de 2003

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FILMES

O Defensor
Globo, 13h10.
 
(Forest Warriors). EUA, 96, 93 min. Direção: Aaron Norris. Com Chuck Norris, Max Gail. Gente do mal tenta destruir a floresta de Tanglewood. Chuck Norris não permitirá que tal dano à natureza seja praticado. Na verdade, se estivessem mesmo dispostos a proteger o meio ambiente, Norris & Norris mudavam de ramo.

Moral em Concordata
Cultura, 15h30.
  
Brasil, 59, 86 min. Direção: Fernando de Barros. Com Odete Lara, Jardel Filho. Adaptação da peça de Abílio Pereira de Almeida sobre a vida de duas irmãs (Odete e Maria), sendo a primeira pobre e casada e a segunda, solteira e mal-falada. Cauções: o nome do dramaturgo, uma peça de grande repercussão a seu tempo e um elenco de tirar o chapéu. Fernando de Barros não é, no entanto, um cineasta de peso. De todo modo, a ver.

Missão na Selva
Record, 18h.
  
(Running Wild). Áfica do Sul, 92, 94 min. Direção: Duncan McLachlan. Com Brooke Shields, Martin Sheen. Documentarista decide contar a luta de cientista que há 12 anos luta para preservar leopardos da extinção na África e, aparentemente, está fracassando.

Simpático
Bandeirantes, 20h30.
  
(Simpatico). França/EUA/Inglaterra, 99, 105 min. Direção: Matthew Warchus. Com Nick Nolte, Jeff Bridges. Além desse elenco, o filme parte de uma peça de Sam Shepard sobre dois ex-amigos (Bridges e Nolte) que ganharam muito dinheiro nas corridas de cavalo. Bridges é um vencedor que fica rico e com a bela Sharon. Nolte é um azarado que ficou sem vintém e agora quer acertar as contas.

Um Dia de Fúria
SBT, 23h.
  
(Falling Down). EUA, 93, 112 min. Direção: Joel Schumacher. Com Michael Douglas, Robert Duvall. Douglas tem um mau dia: fica preso no trânsito, é atacado por marginais, é destratado numa lanchonete, a ex-mulher não o deixa entrar na festinha da filha etc. Ele toma uma atitude: resolver tudo a bala. Filme surpreendente, pois quem não sentiu vontade de virar a mesa, diante dos constrangimentos do cotidiano? Fantasia (reacionária) que o filme realiza por nós. É bem filmado.

007 - O Amanhã Nunca Morre
Globo, 23h.
   
(Tomorrow Never Dies). EUA, 97, 117 min. Direção: Roger Spottiswoode. Com Pierce Brosnan, Teri Hatcher. Com um veículo meio ultrapassado na mão (007 depois da Guerra Fria), Spottiswoode consegue renovar a personagem, explorando a fundo o vilão, um magnata das comunicações com ambições bem maiores que seu já alentado império. A mídia é um poder a ser pensado, no mundo globalizado, e justamente nessa direção vai o filme, que de resto se beneficia da presença de Brosnan, um bom James Bond. O último bom Bond.

A Montanha dos Sete Abutres
Bandeirantes,0h30.
    
(Big Carnival). EUA, 51, 112 min. Direção: Billy Wilder. Com Kirk Douglas, Jan Sterling. Repórter reduzido a trabalho num jornal do interior tem nas mãos o caso de um trabalhador preso no desabamento de uma mina. Para que o caso renda o bastante para ele voltar a um grande jornal, ele levará às últimas consequências a arte da trapaça. Os abutres têm fome. Um bom Billy Wilder (não dos melhores). P&B. Legendado.

Eleição
Globo, 1h05.
 
(Election). EUA, 99, 103 min. Direção: Alexander Payne. Com Matthew Broderick, Reese Witherspoon. Broderick, professor extremamente popular entre os alunos, vê seu prestígio ameaçado quando uma aluna decide concorrer à presidência do grêmio da escola, mesmo desaconselhada por ele. Comédia eleitoral. Inédito.

Jezebel
Globo, 2h50.
  
EUA, 38, 100 min. Direção: William Wyler. Com Bette Davis, Henry Fonda. Jezebel (Davis) é a garota que escandaliza Nova Orleans com seu vestido vermelho, num baile (contrariando as normas, segundo as quais ele deveria ser branco). Depois, apaixona-se por Henry Fonda e, embora case com outro homem, seguirá os passos de seu amado. Um filme para Bette Davis, em que ela brilha devidamente. Mas também um filme que, visto hoje, ficou um tanto ultrapassado. A ver ao menos uma vez na vida. P&B.

TV PAGA

Alfred Hitchcock junta imagem e sua verdade

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Tudo em Hitchcock é uma questão de culpa. O padre de "A Tortura do Silêncio" torna-se culpado por ouvir a confissão de um assassino.
A seguir, o padre torna-se o suspeito do crime, mas não pode revelar o nome do verdadeiro criminoso, sob pena de violar o segredo confessional.
Em "O Homem Errado", um músico é confundido com um criminoso, preso, tratado como criminoso. Todas as provas de sua inocência, tudo o que poderia servir como álibi, parece desaparecer misteriosamente. Tudo conspira contra esse homem.
No caso do homem errado existem a seu lado dois tipos fascinantes. Um é o seu advogado, representado por Anthony Quayle, em "O Homem Errado", e, nesse caso, o que importa não é o papel, mas o ator, portanto a maestria de Hitch. Quayle é a melhor cara da derrota que o mundo já conheceu. Com sua presença, o diretor transforma em central um personagem quase acidental da trama.
Da mesma forma, a personagem da mulher de Balestrero, o músico, feita por Vera Miles. No caso, a mulher é o grande personagem do filme, aquela que se verga não ao visível, mas à voz corrente, perde a fé e passa a acreditar que o marido deve mesmo ser culpado.
Tudo em Hitchcock é sempre uma questão de fé. Mas nesses dois filmes declaradamente católicos o que ele parece querer tocar é mesmo a essência do cristianismo: a imagem. Ou antes, a crença de que imagem e verdade são uma só coisa. Juntar uma imagem à sua verdade, plenamente, insofismavelmente, deve ter sido o sonho do mestre britânico.
Talvez isso seja impossível. Mas, para terminar com os atores, que melhor imagem do homem torturado do que Montgmomery Clift, em "Tortura do Silêncio", e quem melhor do que Henry Fonda para representar a dignidade?


O HOMEM ERRADO. Quando: hoje, às 16h, no Cinemax Prime.

A TORTURA DO SILÊNCIO. Quando: hoje, às 23h45, no Cinemax Prime.



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