São Paulo, domingo, 29 de junho de 2008

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Diretor aponta liberdade no teatro cubano

DA ENVIADA A HAVANA

"É preciso levantar forcas e forcas e forcas", diz a rainha Liz, sobre as torturas que faz aos artistas, seus "servos". Ela foi criada pelo escritor cubano Reinaldo Montero, publicado no Brasil pela Companhia das Letras, que nega qualquer comparação com Fidel Castro. "Essa pergunta não se faz. A mim, política cansa", diz ele.
Para Montero, os cubanos têm "uma enorme liberdade" no teatro. "Podemos escrever de sexo, política, amor. Estamos num bom momento", afirma. O ingresso para uma peça custa cinco pesos, menos de R$ 0,50. Por isso, diz, "em Cuba, não há teatro comercial, só experimental. Há o grupo Buendía, o El Público, o Teatro De La Luna etc.".
Fundador do Buendía, em 1985, o ator e diretor José Alonso concorda com a liberdade ("Há cinco anos, o governo nos permite dizer o que quisermos"), mas não fala em bom momento. "A dramaturgia está escassa. Encontram-se poucos textos para montar", diz.
"Mas não reclamo. Tenho salário mensal [cerca de 500 pesos, ou R$ 30], sala para ensaiar de graça, o governo paga a produção. Como vou deixar Cuba?", justifica. Alonso não deixou o país, mas saiu do Buendía há dois anos. O motivo: a cada viagem internacional que o grupo fazia, pelo menos um integrante decidia não voltar mais para Cuba. (AF)


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