São Paulo, terça-feira, 29 de junho de 2010

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MinC incorpora Auditório Ibirapuera

Instituição buscava apoio desde fevereiro; governo investirá R$ 10 milhões até 2011

DE SÃO PAULO

O Auditório Ibirapuera, recanto da boa programação musical, amanheceu ontem com novo status.
O espaço, que era mantido com patrocínio da Tim, passará a ter apoio do Ministério da Cultura (MinC) e sediará o Centro de Referência da Música Brasileira. O MinC investirá R$ 10 milhões até 2011.
O prédio projetado por Oscar Niemeyer foi construído e doado pela Tim à cidade de São Paulo em 2005. Foram os recursos da empresa que, até fevereiro, garantiram não só a programação no palco como a manutenção de uma escola musical.
Mas o patrocínio foi cortado e o espaço se viu à deriva. "Procuramos o Ministério e vimos que havia afinidades de propósitos", diz Mário Cohen, presidente do instituto que administra o espaço.
Para a decisão do MinC, pesou o fato de o auditório estar localizado no parque do Ibirapuera, definido por José Luiz Herência, secretário de Políticas Culturais da pasta, como "um dos equipamentos culturais mais importantes do país".
Ali, o governo quer ver brotar um centro de estudos capaz de desenvolver propostas para o negócio da música no século 21.
"O MinC tem que ajudar a salvar as instituições que foram prejudicadas pelas leis de incentivo e estão todas pedindo esmola", diz Carlos Augusto Calil, secretário municipal de Cultura e um dos mentores do acordo.
Calil se refere ao rescaldo de 18 anos de Lei Rouanet, que nutriu projetos isolados e eventos, mas deixou à míngua projetos de longo prazo.
"As empresas costumam ter objetivos mercadológicos, apenas de curto prazo", afirma Cohen, que garante recusar todo patrocinador que exija, como contrapartida de seu apoio, mudança no nome do espaço.
"Os parceiros privados que vierem têm que vir com um novo paradigma e não pensando só na comunicação imediata da marca", afirma Herência.
As mudanças institucionais vão, por ora, reverberar apenas atrás das cortinas. No palco e na escola de música, tudo seguirá no compasso de antes.
(ANA PAULA SOUSA)


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