São Paulo, domingo, 29 de julho de 2007

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Nas lojas

Drama
A Concepção
JOSÉ EDUARDO BELMONTE
Distribuidora:
Califórnia; Quanto: só locação
Avaliação: bom
Um grupo de jovens brasilienses entediados funda um movimento cujo ideal é a abolição da identidade até o ponto de se tornar ninguém. Desse ponto de partida, o diretor José Eduardo Belmonte faz um dos filmes brasileiros mais interessantes da safra recente, em que a história pouco interessa diante do fluxo de imagens que toma a frente da experiência. Nelas, a temática do excesso ganha sentido, o que pode provocar em alguns espectadores a sensação de saturação. Mas é nela que se torna visível um ataque político de frente à pseudo-ordem que emana da capital e também à suposta liberação moral que se esgota no hedonismo raso. Uma ousadia e tanto. (CSC)

Aventura
Ponte para Terabítia
GABOR CSUPO
Distribuidora:
Imagem Filmes; Quanto: só locação
Avaliação: bom
Às vezes a realidade dói muito. Ainda mais para um garoto no ginásio visto como um esquisitão pelos colegas por causa de sua tendência à solidão. As crianças têm maneiras diferentes de lidar com os problemas: algumas viram valentonas e aterrorizam a escola toda, outras se deixam levar a mundos imaginários, onde vencem o medo, aprendem valores morais e, claro, tudo podem. A volta ao mundo real pode ser um choque e lidar com as perdas nunca vai chegar a ser fácil, mas a fantasia pode ajudar. Nesta aventura, dos mesmos criadores de "As Crônicas de Nárnia", se discute quanto tempo temos neste mundo, como se adequar (se é que devemos) e como encontrar nosso espaço. Questões em nada desprezíveis e bem retratadas aqui -menos com efeitos especiais e mais com a magia do roteiro. Dispense a dublagem de Rafael Almeida e Pérola Faria. (LÚCIA VALENTIM RODRIGUES)

Drama
Eu Quero Viver
ROBERT WISE
Distribuidora:
MGM; Quanto: R$ 34,90, em média
Avaliação: bom
A pena de morte, tema recorrente em Hollywood, tem aqui um de seus dramas mais famosos. Barbara Graham (Susan Hayward), prostituta e vigarista, é condenada à morte por um crime que não cometeu. A personagem é fascinante: despudorada, insolente, cheia de energia. O que envelheceu no filme foi seu aspecto declamatório e declaratório (contra a imprensa e o sistema judicial). A atuação histriônica de Hayward, bem ao gosto da Academia, rendeu-lhe o Oscar de atriz em 1958. Quando Wise (de "Punhos de Campeão" e "West Side Story") acredita na sua imagem, cria momentos brilhantes, como a seqüência inicial, num bar onde tocam Gerry Mulligan e outras feras do cool jazz, e a minuciosa preparação da câmara de gás para a execução. (JOSÉ GERALDO COUTO)

Comédia dramática
Pegar e Largar
SUSANNA GRANT
Distribuidora:
Sony Pictures; Quanto: só locação
Avaliação: regular
Inédito nos cinemas brasileiros, chega direto em DVD a estréia de Susanna Grant (roteirista de "Erin Brockovich") na direção de um longa. Ela traz aqui a história de outra mulher forte, Gray (Jennifer Garner), cujo noivo morre num acidente dias antes do casamento. Mais do que enfrentar a perda, ela terá que lidar com a descoberta de que o morto tinha vários podres escondidos. Filme agridoce de fundo moral -não julgue os outros pelas aparências é um de seus motes-, "Pegar e Largar" acerta na escolha de coadjuvantes e tem como ponto fraco cacoetes de roteirista, como "forçar" certas ações de personagens. O diretor Kevin Smith ("O Balconista") mostra-se ótimo ator cômico e Juliette Lewis faz seu papel de sempre de mulher exótica, quase histérica, com a competência e graça habituais. Nos extras, making of, cenas excluídas e testes de elenco. (BRUNO YUTAKA SAITO)


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