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CRÍTICA RESTAURANTE
Suri abranda sabores da cozinha peruana
Ceviche clássico perde força, mas agrada em variações com temperos que citam pontos da América Latina
JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA
As cevicherias, mais do
que os restaurantes peruanos, ganham terreno em vários países, inclusive aqui. O
Suri quer surfar nessa onda.
É um lugar pequeno, arrumado, envidraçado e despretensioso até no cardápio, como se vê ao se intitular "bar".
Mas é simpático, acolhedor. O menu de fato é abreviado e se concentra em ceviches, que soam mais como
petiscos. O objetivo da casa
não é se ater ao Peru, mas incorporar ao ceviche (que
ocorre à mesa de vários países do Pacífico latino-americano) um pouco de outros
gostos do continente.
A inspiração veio de dois
sócios. Rodrigo Yoshimura,
31, é filho de nisseis donos do
Kayomix.
Cursou administração e,
depois, gastronomia. Mais
tarde, estudou cozinha no
Peru, fez estágio no Mugaritz
(do chef Andoni Aduriz), na
Espanha, e, de volta ao restaurante da família, amadureceu a ideia do Suri.
Ele conheceu o colombiano Dagoberto Torres, 27, em
2008, quando estagiavam no
D.O.M.. Torres voltou a Bogotá, mas ficaram em contato.
Quem aprecia as cores fortes da cozinha peruana estranhará a sobriedade dos pratos. Começando pelo mais
óbvio, o ceviche clássico,
aqui feito com corvina, cebola-roxa, coentro e milho, servido com batata-doce.
Os graúdos pedaços de
peixe passam rapidamente
pelo tempero (suco de limão,
pimenta), que fica discreto
ali no fundo da tigela de tal
maneira que quase não se
apresenta. A acidez e a ardência típicas do ceviche são
aplastadas; sobra o peixe.
VARIAÇÕES
Dessa forma, fica mais interessante experimentar outras variações do ceviche,
que não têm a força do original, mas podem agradar pelos temperos que citam pontos da América Latina.
O mais curioso é o de atum
e bacon com "sour cream",
tomatinho e pimenta rocoto.
É também atraente o de camarões e lula com tomates
salteados, manjericão e azeite de peperoncino.
Entre os pratos, destaque
para a garoupa, de carne firme e úmida. Com crosta de
mandioquinha, vem servida
com gostoso ravióli de milho
e queijo ao molho de bisque.
É mais interessante que o
lomo saltado, tradicional
prato peruano de filé-mignon com tomates, cebola e
shoyu, bem-feitinho, mas
sem a vigorosa explosão de
sabores à moda chinesa que
teria em sua terra natal.
Para acompanhar o "pisco
sour" indispensável ao aperitivo, os anéis de lula empanados em farinha japonesa
que são impecáveis. O molho
deveria ter mais pimenta,
mas a casa avisa que se pode
pedir tudo mais picante.
josimar@basilico.com.br
SURI CEVICHE BAR
ENDEREÇO r. Mateus Grou, 488,
tel. 0/xx/11/3034-1763
FUNCIONAMENTO ter. a sex., das
12h às 15h e das 19h à 0h; sáb.,
das 13h às 16h e das 20h à 0h;
dom., das 13h às 16h
AMBIENTE pequeno, com janelões,
mesas e balcão
SERVIÇO simpático, treinado
VINHOS predominam os brancos,
com poucas (mas algumas boas)
opções
CARTÕES A, D, M e V
ESTACIONAMENTO com
manobrista, R$ 10
PREÇOS entradas, de R$ 13 a
R$ 20; pratos principais, de R$ 16
a R$ 37; sobremesas, de R$ 10,50
a R$ 12,50
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