São Paulo, segunda-feira, 29 de setembro de 2008

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crítica

Justice faz show agressivo e claustrofóbico

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

O mote era "feito por você" -já que o festival foi montado a partir de escolhas do público-, mas ficaria melhor "feito por ruídos".
Porque as duplas Justice e Digitalism, as duas principais atrações, abusaram das distorções e dos efeitos eletrônicos para emprestar ao evento um clima pesado e dançante. E o público vibrou com os ruídos.
Os franceses do Justice tocaram cedo, das 23h de sábado à 0h30 de domingo. A estratégia mostrou-se acertada: o duo foi um dos que atraiu mais pessoas ao palco montado na área da concentração do Sambódromo.
A apresentação pode ser resumida como uma massa sonora feita por beats barulhentos, alguns vocais e sintetizadores que emulam riffs de guitarra. No palco, os dois se colocam atrás de uma mesa de som; dos dois lados, paredes de amplificadores Marshall; à frente, uma cruz que pisca durante o show.
A intenção parece ser criar no público um desconforto com as batidas sujas, ásperas. Durante pouco mais de uma hora, é difícil encontrar espaço para respirar na avalanche de sons e luzes jogadas pelo Justice. Em nove anos de Skol Beats, o duo foi dos nomes mais agressivos que já tocaram no evento.
Às 3h30, o Digitalism deu seqüência a essa atmosfera que chega a ser até claustrofóbica. Enquanto um deles toca uma bateria eletrônica, o outro fazia diversas intervenções vocais, dando à apresentação um caráter roqueiro e energético. A dobradinha Justice/Digitalism foi uma bola dentro do festival.
O mesmo não pode ser dito do trio australiano Pendulum. O que se viu foi um grupo que se assemelhava a bandas de metal. Muitos riffs inconsistentes e um vocalista irritante fizeram com que muita gente cruzasse os braços na pista. Já Armin van Buuren jogou para a torcida, com vários hits fáceis.
O Skol Beats foi encerrado por Gui Boratto. Apoiado por uma banda (teclados e bateria), Boratto proporcionou momentos memoráveis, mostrando que já se tornou um nome pop.



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