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Nas lojas
Documentário
Jaguar
JEAN ROUCH
Distribuidora: Videofilmes; Quanto: R$ 45,90, em
média
Filmado a partir de 1954, simultaneamente a "Os Mestres Loucos", mas só
lançado em 1967, é um marco na história do documentário por transpor a fronteira com a ficção. O cineasta francês
Jean Rouch (1917-2004) se propôs inicialmente a estudar as correntes migratórias do Níger em direção à colônia britânica da Costa do Ouro (que,
em 1957, com a independência e a anexação à antiga Togolândia, se
tornaria Gana). Diante das dificuldades, resolveu captar cenas de jovens em viagem durante um ano e, depois, pedir a eles que comentassem as cenas na dublagem, em procedimento semelhante ao do recém-lançado "Eu, um Negro" (1958). O DVD traz um curta-metragem
também clássico, "Os Tambores do Passado" (1971), que registra em
plano-seqüência ("cine-transe", segundo Rouch) uma cerimônia de
possessão, e um encarte com entrevista do cineasta.
(SÉRGIO RIZZO)
Faroeste
Sem Lei e Sem Alma
JOHN STURGES
Distribuidora: Paramount; Quanto: R$ 30, em média
Versão de 1957 para o lendário duelo de
O.K. Corral, também recriado por John
Ford em "Paixão de Fortes" (1946) e por
George P. Cosmatos em "Tombstone"
(1993), entre outras versões. O delegado Wyatt Earp (Burt Lancaster), temido
pela sua integridade, tem a ajuda de Doc
Holliday (Kirk Douglas), fora-da-lei que
ganha a vida em jogos de cartas, para enfrentar um bando de ladrões
de gado. O primeiro se apaixona por uma jogadora (Rhonda Fleming),
enquanto o segundo maltrata a amante (Jo Van Fleet). A canção-tema, de Ned Washington e Dimitri Tiomkin, comenta a ação e reforça o
caráter romântico dessa abordagem que transforma os homens da lei
em heróis do Velho Oeste. Dennis Hopper, DeForest Kelley (o Dr.
McCoy de "Jornada nas Estrelas") e Lee Van Cleef fazem papéis secundários. O DVD não tem extras.
(SR)
Drama
O Ébrio
GILDA DE ABREU
Distribuidora: Versátil; Quanto: R$ 36,90 em média
Eis um filme tão ruim que chega a ser
muito interessante -no mínimo, um
precioso documento histórico. Sucesso
absoluto de público, clássico do dramalhão kitsch, foi rodado em 1946, mas parece ser de 1800, dados o moralismo
maniqueísta do enfoque e a dramaturgia antiquada. Gilberto Silva (vivido por
Vicente Celestino, então no auge da glória como cantor de dor-de-cotovelo) é o bom estudante de medicina oriundo do interior que cai na miséria devido a um golpe do destino, mas se reergue com a ajuda de seu
vozeirão e de um padre. Médico e cantor, encontra êxito e fortuna, mas
perde tudo por causa da perfídia de Marieta (Alice Archambeau) e de
um falso amigo. Torna-se então "um ébrio que na bebida tenta esquecer". Um filme que faz rir quando quer fazer chorar, e vice-versa.
(JOSÉ GERALDO COUTO)
Drama
Sagarana - O Duelo
PAULO THIAGO
Distribuidora: Paramount Quanto: R$ 30, em média
Um lindo conto de Guimarães Rosa, um
elenco de primeira, direção de fotografia do grande Mário Carneiro, música de
Tom Jobim com arranjos de Dori Caymmi. É quase uma proeza fazer disso tudo
um filme frouxo e dispersivo, como fez o
diretor Paulo Thiago em 1973. Os erros
de casting (Joel Barcellos como jagunço
de aluguel, Paulo Cesar Pereio como místico do sertão, Ítala Nandi como dona-de-casa da roça, Wilson Grey como cigano) são apenas um
dos problemas que esvaziam a tensão e o sentido de disputa silenciosa
da história original. A falta de ritmo e a imprecisão da mise-en-scène
(nunca sabemos onde estão os personagens no espaço da paisagem e
em relação uns aos outros) completam o desserviço. Nos extras, entrevistas, trailer e um curta fraco (do próprio Thiago) sobre Guimarães
Rosa.
(JGC)
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