São Paulo, domingo, 29 de outubro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Nas lojas

Documentário
Jaguar     
JEAN ROUCH
Distribuidora:
Videofilmes; Quanto: R$ 45,90, em
média Filmado a partir de 1954, simultaneamente a "Os Mestres Loucos", mas só lançado em 1967, é um marco na história do documentário por transpor a fronteira com a ficção. O cineasta francês Jean Rouch (1917-2004) se propôs inicialmente a estudar as correntes migratórias do Níger em direção à colônia britânica da Costa do Ouro (que, em 1957, com a independência e a anexação à antiga Togolândia, se tornaria Gana). Diante das dificuldades, resolveu captar cenas de jovens em viagem durante um ano e, depois, pedir a eles que comentassem as cenas na dublagem, em procedimento semelhante ao do recém-lançado "Eu, um Negro" (1958). O DVD traz um curta-metragem também clássico, "Os Tambores do Passado" (1971), que registra em plano-seqüência ("cine-transe", segundo Rouch) uma cerimônia de possessão, e um encarte com entrevista do cineasta. (SÉRGIO RIZZO)

Faroeste
Sem Lei e Sem Alma    
JOHN STURGES

Distribuidora: Paramount; Quanto: R$ 30, em média
Versão de 1957 para o lendário duelo de O.K. Corral, também recriado por John Ford em "Paixão de Fortes" (1946) e por George P. Cosmatos em "Tombstone" (1993), entre outras versões. O delegado Wyatt Earp (Burt Lancaster), temido pela sua integridade, tem a ajuda de Doc Holliday (Kirk Douglas), fora-da-lei que ganha a vida em jogos de cartas, para enfrentar um bando de ladrões de gado. O primeiro se apaixona por uma jogadora (Rhonda Fleming), enquanto o segundo maltrata a amante (Jo Van Fleet). A canção-tema, de Ned Washington e Dimitri Tiomkin, comenta a ação e reforça o caráter romântico dessa abordagem que transforma os homens da lei em heróis do Velho Oeste. Dennis Hopper, DeForest Kelley (o Dr. McCoy de "Jornada nas Estrelas") e Lee Van Cleef fazem papéis secundários. O DVD não tem extras. (SR)

Drama
O Ébrio
  
GILDA DE ABREU
Distribuidora:
Versátil; Quanto: R$ 36,90 em média
Eis um filme tão ruim que chega a ser muito interessante -no mínimo, um precioso documento histórico. Sucesso absoluto de público, clássico do dramalhão kitsch, foi rodado em 1946, mas parece ser de 1800, dados o moralismo maniqueísta do enfoque e a dramaturgia antiquada. Gilberto Silva (vivido por Vicente Celestino, então no auge da glória como cantor de dor-de-cotovelo) é o bom estudante de medicina oriundo do interior que cai na miséria devido a um golpe do destino, mas se reergue com a ajuda de seu vozeirão e de um padre. Médico e cantor, encontra êxito e fortuna, mas perde tudo por causa da perfídia de Marieta (Alice Archambeau) e de um falso amigo. Torna-se então "um ébrio que na bebida tenta esquecer". Um filme que faz rir quando quer fazer chorar, e vice-versa. (JOSÉ GERALDO COUTO)

Drama
Sagarana - O Duelo
  
PAULO THIAGO
Distribuidora:
Paramount Quanto: R$ 30, em média
Um lindo conto de Guimarães Rosa, um elenco de primeira, direção de fotografia do grande Mário Carneiro, música de Tom Jobim com arranjos de Dori Caymmi. É quase uma proeza fazer disso tudo um filme frouxo e dispersivo, como fez o diretor Paulo Thiago em 1973. Os erros de casting (Joel Barcellos como jagunço de aluguel, Paulo Cesar Pereio como místico do sertão, Ítala Nandi como dona-de-casa da roça, Wilson Grey como cigano) são apenas um dos problemas que esvaziam a tensão e o sentido de disputa silenciosa da história original. A falta de ritmo e a imprecisão da mise-en-scène (nunca sabemos onde estão os personagens no espaço da paisagem e em relação uns aos outros) completam o desserviço. Nos extras, entrevistas, trailer e um curta fraco (do próprio Thiago) sobre Guimarães Rosa. (JGC)


Texto Anterior: Crítica/"Trilogia das Cores": Extras explicam universo de Kieslowski
Próximo Texto: Bia Abramo: Novela retoma obscurantismo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.