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Gostei
Estrelado, Jantar das Gerações obtem bom resultado em SP
Evento acertou no uso inteligente de ingredientes e nos acabamentos precisos
JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA
Depois do evento do ano
passado, que reuniu
grandes chefs espanhóis (inclusive o mais importante da atualidade, Ferran
Adrià), aconteceu segunda o
multiestrelado Jantar das Gerações França-Brasil, abrindo a
Semana Mesa São Paulo (organizada pela revista "Prazeres
da Mesa" e pelo Senac São Paulo, no hotel Grand Hyatt).
Os compradores dos 90 ingressos colocados à venda por
R$ 5.000 cada um (e revertidos
para instituições beneficentes)
degustaram pratos de 12 chefs
franceses convidados e de outros 12 radicados no Brasil.
É difícil comparar cozinhas
díspares como a dos franceses e
a da vanguarda espanhola. Mas,
como a comparação dos jantares é inevitável, digo que um
longo jantar com a turma de
Ferran foi um show de surpresas e novidades, tudo instigante
e curioso, além de gostoso.
O jantar desta semana transitou em terreno bem mais conhecido, o da alta cozinha francesa. E teve ótimos resultados:
produtos de qualidade, acabamentos quase sempre precisos,
uso inteligente de ingredientes.
O tumulto na cozinha, tomada
por todos os chefs mais ajudantes e estudantes, foi bem manejado pela orquestração de Claude Troisgros (que foi homenageado, com Laurent Suaudeau,
por seus 30 anos de Brasil).
Foi comida demais -nove
aperitivos, 13 pratos, duas sobremesas, em porções alentadas para as circunstâncias, e
sem economia de caviar, trufas
frescas, foie gras. Os três estrelas do guia "Michelin" serviram
robalo ligeiramente defumado
com caviar ossetra (bela obra
de Jean-Michel Lorain, do La
Côte Saint-Jacques), outro robalo, mas no vapor, com trufa
negra (Gérald Passédat, do Le
Petit Nice) e um cordeiro com
nougatine de porcini (Régis
Marcon, do Régis et Jacques
Marcon), já com muitos comensais exauridos.
O prato de Marc Méneau (do
L'Ésperance, que, por doença,
não veio, mas mandou um assistente), hoje duas estrelas no
"Michelin" (foi três durante
anos), mostrou desprendimento do veterano chef -croquetes
crocantes com recheio líquido
de foie gras. Outro duas estrelas
serviu um dos pontos altos da
noite como entrada: uma sutil e
levíssima espuma de milho e
coentro com lagostins.
Houve mais, muito mais. E os
"brasileiros" não se saíram mal
-vide o conhecido e encantador ravióli de mandioquinha
com manteiga noisette e pinoli,
de Troisgros, ou a milanesa de
costela com molho de jabuticaba e creme de ervilha de Suaudeau. Nem tudo foi impecável,
mas foi um evento que deixará
lembranças.
O crítico JOSIMAR MELO jantou a convite do
Senac São Paulo e da revista "Prazeres da Mesa", organizadores do evento
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