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CINEMA
Curitiba recebe festa da diversidade sexual
LEANDRO FORTINO
da Reportagem Local
Nesta novela, o casal de lésbicas
não morre na explosão de um
shopping center. Começa hoje, em
Curitiba, a sexta edição do festival
Mix Brasil da Diversidade Sexual,
que chega a São Paulo no próximo
dia 5, no Museu da Imagem e do
Som, no Centro Cultural São Paulo
e no Espaço Unibanco de Cinema.
Preconceito é uma palavra proibida entre os participantes desse
evento. Serão mais de 180 trabalhos, entre filmes (longas e curtas),
vídeos, performances, teatro e instalações, que abordam as mais variadas visões sobre as manifestações da sexualidade.
Assuntos considerados muito
obscenos pelos conservadores da
nossa sociedade ganham ares de
normalidade nas obras que serão
apresentadas, como o homossexualismo, o sexo na adolescência,
as relações inter-raciais e o sadomasoquismo.
Como atração de abertura, o festival trará a estréia de "Relaxe... É
Só Sexo", com a presença da atriz
principal, Jennifer Tilly, na estréia
do festival em São Paulo (leia entrevista nesta página).
A direção é do americano PJ Castellaneta, que participou do festival, em 95, com "Juntos a Sós", que
venceu o San Francisco Lesbian
and Gay Film Festival, em 91, versão americana do Mix Brasil.
Neste ano, "Relaxe..." também
abriu a edição do festival de San
Francisco e encerrou o de Los Angeles. Esses dois festivais são os
mais representativos do gênero.
Mas o do Brasil não fica muito
atrás, considerando-se que ele está
apenas em seu sexto ano. "Sempre
vejo outros festivais. O de Los Angeles é monstro, mas até a décima
edição ainda era feito no esquema
de garagem. Hoje ele está no décimo-quinto. Se comparado ao de
Tóquio, o Mix Brasil é um ano
mais novo, mas muito maior", explica André Fischer, diretor do
Mix Brasil e colunista da Folha.
Nessa sexta edição, o festival foi
ampliado consideravelmente, ganhando mais de 70 novos trabalhos em relação ao ano passado,
que trouxe 119 obras.
"Conseguimos estabelecer uma
rede de festivais. Para as legendas
eletrônicas dos nossos filmes, somos ajudados pelo festival de Tóquio. Neste ano, em Sidney, na
Austrália, serão exibidos os filmes
brasileiros dessa edição", explica.
Baseado no Brasil, o México
criou o Mix México Festival de la
Diversidad Sexual, que ganha um
programa específico no Mix Brasil
98, o Perverta-mex, só com curtas
exibidos na versão mexicana.
Além de Jennifer Tilly, o festival
brasileiro ainda trará a presença de
mais seis convidados internacionais, com destaques para o diretor
alemão Jochen Hick e para o ator
Ron Athey, de "Sexo em Los Angeles", e para Hans Scheirl, diretor
austríaco que nasceu mulher, mas
resolveu assumir o seu lado masculino. Hoje se veste como, e se parece com, um homem (drag king).
Apresentando sua retrospectiva
estará a diretora Pratibha Parmar,
nascida no Quênia, de origem indiana, mas residente na Inglaterra.
Haverá ainda debates com temas
como o transexualismo, a modificação corporal e o bissexualismo.
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