São Paulo, sexta-feira, 30 de janeiro de 2004

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O senhor dos mares

Russell Crowe estrela saga histórica que recebeu dez indicações para o Oscar

PAOULA ABOU-JAOUDE
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Foram dez anos de tentativas frustradas de filmar um dos 20 tomos do épico naval do escritor inglês Patrick O'Brien (1914-2000). Cinco estúdios tentaram, com diretores e atores distintos. Mas "Mestre dos Mares - O Lado Mais Distante do Mundo" só foi aprovado em 2003 pela Fox e entregue ao cineasta australiano Peter Weir. Na última terça, a superprodução (US$ 135 milhões) foi indicada a dez Oscar, embora a ausência do ator Russell Crowe na lista tenha sido vista como injusta.
Ao ser convidado para atuar como o capitão inglês Jack Aubrey, o neozelandês estava em outro projeto e recusou a proposta de Weir. O diretor insistiu até Crowe achar uma brecha na agenda. "Russell é versátil, tem presença de comando e uma masculinidade patente", diz Weir. "Sem contar que ele é imprevísivel. Você nunca sabe o que ele vai falar ou fazer, e o público ama isso."
Crowe é conhecido por ser meticuloso: o ator fez quase 100% das cenas. Também peitou a Fox, que não era favorável à idéia de vê-lo com uns quilos extras na tela. "Aubrey gostava de comer e não fazia muito exercício", conta.
As filmagens aconteceram na Fox Baja, estúdio-tanque no México criado para "Titanic". No filme, o barco de Crowe visita a costa brasileira, mas o sotaque "nativo" deixa muito a desejar. "Não tínhamos mais dinheiro para trazer nenhum ator do Brasil. Optamos por mexicanos. Mas, como um diálogo ficou ruim, usamos uma portuguesa para ajudar o ator a dublar a cena. Como o português ficou elegante demais, preferi deixar o original. A época era cheia de aventureiros, quem sabe não tinha um espanhol por lá?", brinca um envergonhado Weir.

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