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O senhor dos mares
Russell Crowe estrela saga histórica que recebeu dez indicações para o Oscar
PAOULA ABOU-JAOUDE
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Foram dez anos de tentativas
frustradas de filmar um dos 20 tomos do épico naval do escritor inglês Patrick O'Brien (1914-2000).
Cinco estúdios tentaram, com diretores e atores distintos. Mas
"Mestre dos Mares - O Lado Mais
Distante do Mundo" só foi aprovado em 2003 pela Fox e entregue
ao cineasta australiano Peter
Weir. Na última terça, a superprodução (US$ 135 milhões) foi
indicada a dez Oscar, embora a
ausência do ator Russell Crowe na
lista tenha sido vista como injusta.
Ao ser convidado para atuar como o capitão inglês Jack Aubrey,
o neozelandês estava em outro
projeto e recusou a proposta de
Weir. O diretor insistiu até Crowe
achar uma brecha na agenda.
"Russell é versátil, tem presença
de comando e uma masculinidade patente", diz Weir. "Sem contar que ele é imprevísivel. Você
nunca sabe o que ele vai falar ou
fazer, e o público ama isso."
Crowe é conhecido por ser meticuloso: o ator fez quase 100% das
cenas. Também peitou a Fox, que
não era favorável à idéia de vê-lo
com uns quilos extras na tela.
"Aubrey gostava de comer e não
fazia muito exercício", conta.
As filmagens aconteceram na
Fox Baja, estúdio-tanque no México criado para "Titanic". No filme, o barco de Crowe visita a costa brasileira, mas o sotaque "nativo" deixa muito a desejar. "Não
tínhamos mais dinheiro para trazer nenhum ator do Brasil. Optamos por mexicanos. Mas, como
um diálogo ficou ruim, usamos
uma portuguesa para ajudar o
ator a dublar a cena. Como o português ficou elegante demais, preferi deixar o original. A época era
cheia de aventureiros, quem sabe
não tinha um espanhol por lá?",
brinca um envergonhado Weir.
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