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Crítica
Busby Berkeley dá toque mágico ao entreguerras
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Não é por acaso que o toque
mágico de Busby Berkeley foi
tão mais marcante no entreguerras do que no pós-guerra: o
espírito militar, que anima suas
coreografias mais que qualquer
outra coisa, talvez tenha passado de moda subitamente.
Em "Sangue de Artista"
(TCM, 20h20), digamos que
em princípio nada diz respeito
a atividades bélicas. Estamos
em torno de um jovem candidato a artista (Mickey Rooney)
que enfrenta decepções na carreira e obtém uma nova oportunidade em determinado momento, em companhia de sua
"partner" (Judy Garland).
Mas este filme de 1939 parece animado pelas apreensões
dos momentos que precedem a
guerra. E esses jovens em busca de sucesso parecem saber
que seu destino é a luta. Os personagens centrais, de resto,
mais o espírito do musical, provocam uma explosão de vida
(característica desses trabalhos de Rooney e Garland) contagiante. É um belo exemplo de
filme que o tempo demonstra o
quanto foi fiel ao espírito de
sua época. Atual, portanto.
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