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Suassuna faz conversa informal no festival
GUSTAVO FIORATTI
ENVIADO ESPECIAL A CURITIBA
Assim que o dramaturgo
Ariano Suassuna, 82, sentou-se
à mesa colocada sobre o palco
do teatro Positivo, o público,
que ocupava menos da metade
das 2.400 cadeiras do auditório, mergulhou em um profundo silêncio. Para ouvi-lo bem,
certamente, em aula-espetáculo apresentada no último dia do
Festival de Teatro de Curitiba,
que acabou domingo.
"Aula-espetáculo" foi a definição dada pelo próprio Suassuna. Tinha formato de palestra e uma graça peculiar, inerente à personalidade do autor.
"Quando entrei para a Academia Brasileira de Letras, a primeira coisa que me espantou
foi a idade [dos imortais], a outra foi a feiura", iniciou ele.
Foi a introdução para uma
conversa bastante informal,
que antecedeu o espetáculo
"Farsa da Boa Preguiça", texto
seu montado por João das Neves.
Suassuna começou pelas
beiradas, ilustrando o propósito da conversa, até chegar à
questão central. "Para um artista, a melhor maneira de se
tornar universal e atravessar
gerações é pintando bem o ser
humano de seu tempo", disse.
A alusão à pintura faz sentido. Para ele, sua dramaturgia
exige elaboração de imagens,
"cenário e figurinos poéticos".
O repórter GUSTAVO FIORATTI viaja a convite
do Festival de Teatro de Curitiba
Leia mais sobre o Festival
de Curitiba
www.folha.com.br/100881
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