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Lévi-Strauss fotografou festa
da Reportagem Local
O escritor paulista Mário de Andrade e o antropólogo franco-belga Claude Lévi-Strauss testemunharam "in loco" a festa de Pirapora do Bom Jesus, a mesma em
que Geraldo Filme aprendeu fundamentos do batuque.
Tratava-se originalmente de
uma procissão religiosa, promovida pela Igreja Católica anualmente
em 6 de agosto. O afluxo de devotos redundou em um apêndice
"profano", de batuqueiros de chapéu de palha que dançavam e se
divertiam madrugada afora.
Aí se fortalecia o formato de batuque com zabumba, caixa e chocalho, que nas mãos de homens da
capital como Filme e associados a
instrumentos como flauta, banjo,
cavaquinho e bandolim redundariam no samba de escola paulistano (dizimado depois pelo padrão
global de samba-espetáculo).
Lévi-Strauss fotografou a festa
em 1937. Os textos-legenda que
acompanham suas fotos em "Saudades do Brasil" (Cia. das Letras)
denotam uma aproximação algo
folclórica: "Uma multidão, em
que predominava o sangue negro,
ocupava as ruas. Grupos formavam-se ao redor de indivíduos em
transe".
Falando sobre samba rural, Mário de Andrade descreve o local,
onde esteve naquele mesmo ano,
em "Aspectos da Música Brasileira" (Martins Editora): "A festança
estava fraca (...). A principal razão
da fraqueza derivou da reação dos
padres e excesso de repressão policial contra a parte profana dos festejos".
(PAS)
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