LUCAS NEVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O papa do pop brasileiro já se aventurou por outras sacristias. Na companhia de "coroinhas" (hoje, em ambos os sentidos) do calibre de Lobão e Ritchie, Lulu Santos respirou rock progressivo nos anos 70, na banda Vímana. Esse é um dos momentos de sua carreira que ele passa a limpo no especial "Por Trás da Fama", que o Multishow exibe amanhã, às 22h45. Antes da parceria com o outsider e o autor de "Menina Veneno", ainda na infância, o cantor carioca passou temporadas em São Paulo e nos EUA. A verve roqueira se revelaria pouco depois, na volta ao Rio, durante os ensaios da banda Cavemen, com repertório centrado em covers dos Beatles. Mas foi longe da Liverpool natal do quarteto que ele buscou inspiração para compor o chiclete de ouvido que o colocaria em posição privilegiada para vencer o conclave pop nacional: "De Repente, Califórnia". De lá para cá, Lulu flertou com o bolero em "O Último Romântico", experimentou a eletrônica em discos dos 90, mas, à imagem de uma de suas criações, sempre trilhou o caminho de volta para "Casa". E, para pelo menos duas gerações, de "Adivinha o Quê" a "Assim Caminha a Humanidade", foi trilha para as dores e delícias da juventude.