|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Trio inglês Morcheeba mergulha no funk e no rap nova-iorquino
MARCELO VALLETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Morcheeba, grupo britânico
surgido no meio da década de 90,
renega o rótulo "trip hop" com
seu terceiro disco, "Fragments of
Freedom", recém-lançado mundialmente. Sobre o "som de Bristol", que tem como principais representantes o Portishead e o extinto Massive Attack, o guitarrista
do grupo, Ross Godfrey, disse:
"Soa muito anos 90".
O trio, completado pela cantora
Skye Edwards e pelo baterista
Paul Godfrey, irmão de Ross, esteve em São Paulo nesta semana para divulgar o álbum.
"Eu acho que trip hop foi mais
uma onda fabricada pela mídia.
Nós emergimos nesse período,
mas, agora, podemos fazer só o
que temos vontade."
E a vontade foi mergulhar de cabeça no funk e nos primórdios do
rap nova-iorquino. "Há muito
tempo somos fãs de funk, de rap,
do som eletrônico feito em Nova
York no início dos anos 80, de
grupos como Talking Heads, por
exemplo. Quisemos fazer um álbum bem pop, otimista. Nossa
música é uma espécie de soul-funk-pop", disse.
"Nós já tínhamos nos distanciado um pouco do trip hop em nosso álbum anterior ("Big Calm", de
98), que tinha muita influência de
folk e de country music. Exploramos músicas com ritmos lentos e
soturnos por bastante tempo.
Desta vez, quisemos fazer um disco de electro-funk nostálgico."
Para ajudar o grupo nesta empreitada, foram convidados para
o disco os rappers Biz Markie, Mr.
Complex e Bahamadia.
Godfrey defende a influência do
rap no som do Morcheeba. "É
muito legal misturar o rap com o
tipo de música que fazemos na Inglaterra. O rap é muito apreciado
por lá, embora não seja grande
como mercado."
Depois do Brasil, o grupo vai ao
México, onde grava o videoclipe
do próximo single, "Be Yourself".
"Vai ser feito por uma companhia
de cinema mexicana e vai ficar
muito louco, esquisito mesmo."
Neste ano, o Morcheeba deve
fazer shows apenas na Europa.
"No início do ano que vem, devemos ir para os EUA, talvez América do Sul, Austrália e Japão. Não
somos grandes fãs de turnês, preferimos ficar no estúdio, mas, para nós, é muito importante tocar
ao vivo de vez em quando."
Segundo o guitarrista, o novo
show será uma superprodução.
"Temos uma banda muito boa.
São dez pessoas com cordas, metais e backing vocals. Improvisamos bastante, é bem legal. Gostamos de fazer shows, mas detestamos ficar viajando muito tempo."
Texto Anterior: Álbum de estréia flagra o artista antes da "roda viva" Próximo Texto: Seminário: Tecnologia divide opinião de escritores Índice
|