São Paulo, quarta-feira, 30 de agosto de 2000


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Trio inglês Morcheeba mergulha no funk e no rap nova-iorquino

MARCELO VALLETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Morcheeba, grupo britânico surgido no meio da década de 90, renega o rótulo "trip hop" com seu terceiro disco, "Fragments of Freedom", recém-lançado mundialmente. Sobre o "som de Bristol", que tem como principais representantes o Portishead e o extinto Massive Attack, o guitarrista do grupo, Ross Godfrey, disse: "Soa muito anos 90".
O trio, completado pela cantora Skye Edwards e pelo baterista Paul Godfrey, irmão de Ross, esteve em São Paulo nesta semana para divulgar o álbum.
"Eu acho que trip hop foi mais uma onda fabricada pela mídia. Nós emergimos nesse período, mas, agora, podemos fazer só o que temos vontade."
E a vontade foi mergulhar de cabeça no funk e nos primórdios do rap nova-iorquino. "Há muito tempo somos fãs de funk, de rap, do som eletrônico feito em Nova York no início dos anos 80, de grupos como Talking Heads, por exemplo. Quisemos fazer um álbum bem pop, otimista. Nossa música é uma espécie de soul-funk-pop", disse.
"Nós já tínhamos nos distanciado um pouco do trip hop em nosso álbum anterior ("Big Calm", de 98), que tinha muita influência de folk e de country music. Exploramos músicas com ritmos lentos e soturnos por bastante tempo. Desta vez, quisemos fazer um disco de electro-funk nostálgico."
Para ajudar o grupo nesta empreitada, foram convidados para o disco os rappers Biz Markie, Mr. Complex e Bahamadia.
Godfrey defende a influência do rap no som do Morcheeba. "É muito legal misturar o rap com o tipo de música que fazemos na Inglaterra. O rap é muito apreciado por lá, embora não seja grande como mercado."
Depois do Brasil, o grupo vai ao México, onde grava o videoclipe do próximo single, "Be Yourself". "Vai ser feito por uma companhia de cinema mexicana e vai ficar muito louco, esquisito mesmo."
Neste ano, o Morcheeba deve fazer shows apenas na Europa. "No início do ano que vem, devemos ir para os EUA, talvez América do Sul, Austrália e Japão. Não somos grandes fãs de turnês, preferimos ficar no estúdio, mas, para nós, é muito importante tocar ao vivo de vez em quando."
Segundo o guitarrista, o novo show será uma superprodução. "Temos uma banda muito boa. São dez pessoas com cordas, metais e backing vocals. Improvisamos bastante, é bem legal. Gostamos de fazer shows, mas detestamos ficar viajando muito tempo."


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