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CINEMA/ESTRÉIAS
"INIMIGO EM CASA"/"EM MÁ COMPANHIA"
Filmes dos diretores Harold Becker e Joel Schumacher são exibidos a partir de hoje nos cinemas de São Paulo
Cineastas medianos provam que conseguem ser ruins
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
O clássico recente "Pulp
Fiction", se serviu para resgatar a carreira do então decadente John Travolta, também passou
um conto-do-vigário nas platéias.
Saímos do filme convencidos de
que o ex-astro de "Grease" poderia ser um bom ator.
Não é. Ele funciona bem sob as
rédeas curtas de bons diretores,
como Quentin Tarantino, John
Woo ("A Outra Face" e "A Última
Ameaça"), Barry Sonnenfeld ("O
Nome do Jogo") e Mike Nichols
(Segredos do Poder").
Solto, com diretores fracos ou
dando muitos palpites na produção, aparece com porcarias como
"O Fenômeno", "Michael - Anjo e
Sedutor", "Bilhete Premiado", o
inigualável "A Reconquista" e este "Inimigo em Casa", que estréia
hoje no Brasil.
O pior é que o diretor, Harold
Becker, não é um completo imbecil. Antes disso realizou, entre outros, os decentes "Vítimas de uma
Paixão" (1989) e "City Hall"
(1996), ambos com Al Pacino, e
"Malícia" (1993), que conseguiu
arrancar uma das boas performances de Nicole Kidman.
Em "Inimigo", Travolta é um
pai muito ligado ao filho único
que vê sua preocupação em relação ao novo marido esquisitão da
ex-mulher ser confundida com
ciúmes de macho ofendido. Vale
só pela performance do último,
bem como o psicopata sedutor.
"Em Má Companhia"
Anthony Hopkins é um dos
grandes atores vivos, Chris Rock
está entre um dos comediantes
mais engraçados dos EUA e Joel
Schumacher já dirigiu pérolas como "Tigerland" e "Um Toque de
Infidelidade".
Então, por que "Em Má Companhia", que estréia hoje no Brasil
e reúne o trio acima, é um dos piores filmes do ano, de longe? A resposta pode ser os roteiristas Jason
Richman e Michael Browning, semi-estreantes no métier. Ou nas
pressões do estúdio, vai saber...
A história é boba: diretor da CIA
(Hopkins) tem seu melhor agente
(Rock) morto no meio de uma
missão e é obrigado a convocar
para completar o trabalho o irmão gêmeo deste, um trambiqueiro que não sabia da existência
do parente. Meio filme é gasto na
"transformação" do golpista em
um oficial sofisticado.
É irresistível brincar com o título e dizer que em má companhia
mesmo vai estar o espectador, se
fizer a besteira de gastar R$ 10 para ver esta bomba, mas o que chama mais a atenção é a presença no
elenco de Hopkins.
Não faz muito tempo, o ator de
"O Silêncio dos Inocentes" anunciou que iria se aposentar, a não
ser que lhe oferecessem papéis
muito bons, como na continuação "Hannibal". A julgar por
"Companhia", o britânico devia
continuar descansando em casa.
Em Má Companhia
Bad Company
Produção: EUA, 2002
Direção: Joel Schumacher
Com: Anthony Hopkins, Chris Rock
Quando: a partir de hoje nos cines
Center Penha 3, Belas Artes e circuito
Inimigo em Casa
Domestic Disturbance
Produção: EUA, 2001
Direção: Harold Becker
Com: John Travolta, Rebecca Tilney
Quando: a partir de hoje nos cines
Jardim Sul 1, Villa-Lobos 5 e circuito
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