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AUDIOVISUAL
Atração avalia presença do negro nas telas
DA REPORTAGEM LOCAL
A historicamente problemática
presença do negro na produção
audiovisual brasileira é tema do
programa "O Cinema Afro-Brasileiro", que vai ao ar hoje à noite no
canal STV. Com direção de Marco
Altberg, a atração mapeia a participação de atores negros na televisão e cinema nacionais, um mapa
que começa num tom pessimista,
mas que acaba numa clave otimista, com destaque para o longa-metragem "Filhas do Vento",
vencedor de oito Kikitos no Festival de Gramado de 2004, com um
elenco só de negros.
A nota pessimista do início do
programa remonta à novela "O
Direito de Nascer", de 1964, e ao
sucesso alcançado pela atriz Isaura Bruno [a personagem Mãe Dolores], que não representou um
passo adiante na legitimação da
identidade do negro na sociedade. A atriz, conta o apresentador
Carlos Alberto Mattos, morreu
pobre, em São Paulo, onde terminou a vida vendendo doces.
O caso de Isaura Bruno é apenas
um dos exemplos levantados pela
atração de como atores negros sofreram com a negação da multirracialidade brasileira na TV e cinema do país, onde sempre foram
relegados aos papéis de bandidos,
malandros, jagunços etc., papéis
de que, conforme conta o cineasta
Joel Zito Araújo, nenhum ator negro brasileiro escapou.
Araújo, que em 2000 levou às telas o documentário "A Negação
do Brasil", sobre o papel do negro
nas telenovelas brasileiras, é citado no programa como um dos
mais bem-sucedidos militantes
da causa, ao lado de diretores como Cacá Diegues, Zózimo Bulbul
e Sylvio Back. O longa-metragem
"Filhas do Vento", sua estréia na
ficção, tem o maior elenco de atores negros da história do cinema
nacional e representa um sinal de
que a dívida do audiovisual brasileiro com o ator negro começa a
ser saldada.
O Cinema Afro-Brasileiro
Quando: hoje, às 22h30, na "Revista do
Cinema Brasileiro", na STV (Rede
SescSenac de Televisão); com
reapresentações nos dias 1º/10, às 7h;
2/10, às 6h30; 3/10, às 9h30; 4/10, às 16h;
5/10, às 3h30; e 6/10, à 1h
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