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Crítica
Reformado, Rubaiyat ganha iluminação natural e mantém qualidade da carne
JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA
Um acontecimento fortuito -um princípio
de incêndio numa coifa em julho último- precipitou
os planos da família Iglesias para o mais antigo dos restaurantes em funcionamento, o Baby
Beef Rubaiyat da alameda Santos.
No lugar de fazer apenas os
reparos necessários, os proprietários decidiram fazer uma
grande reforma, que mudou
substancialmente o espaço interno. De quebra, aproveitaram
para acrescentar ao cardápio
cortes de uma nova carne de
sua produção, proveniente de
cruzamentos com o wagyu (o
boi japonês que produz a chamada Kobe beef, carne ultramacia, com gordura marmorizada, da região de Kobe).
Não é a primeira empreitada
de Belarmino Iglesias, um jovial espanhol de 75 anos que
chegou pobre ao Brasil, em
1951, seis anos depois tornou-se sócio da Rubaiyat do centro
da cidade, em 1962 passou a ser
o único dono e, de lá pra cá, escudado pelo Belarmino filho,
abriu outro Rubaiyat no Itaim,
A Figueira nos Jardins e mais
três casas fora do Brasil.
Este ímpeto empreendedor,
característica dos Iglesias, foi
aplicado na reforma da casa da
alameda Santos. Foram mantidos alguns traços característicos (as treliças no teto, o piso avermelhado, as pesadas mesas
de madeira nativa), mas se
abandonou o ar soturno em
troca de luz natural entrando
pelo teto e vista para a rua.
Além disso, ganharam imponência a adega (que cresceu em
tamanho) e a cozinha, ambas
envidraçadas.
Kobe beef tropical
O cardápio mantém-se basicamente o mesmo: carnes originárias da fazenda dos proprietários, provenientes de
bois Brangus, um cruzamento
desenvolvido para adaptar a raça escocesa Aberdeen Angus.
É de onde vem o corte que a casa
chama de baby beef (diferente
do que faziam originalmente,
que era o miolo do alcatra), um
ótimo naco anterior do contrafilé. A novidade no cardápio é a
carne que virou assunto no
mundo (por suas particularidades e pelo seu preço), no Rubaiyat chamada de Kobe beef tropical.
O baby-beef é o mais saboroso; a fraldinha é excepcional, combinando a ótima fibrosidade do corte com uma maciez espantosa; a costela também surpreende, com seu naco
espesso de carne malpassada e
ainda assim macia; e a picanha
é o de sempre, menos interessante (muito macia e de débil
sabor, como toda picanha).
josimar@basilico.com.br
BABY BEEF
RUBAIYAT
Avaliação:
Endereço: al. Santos,
86, Paraíso, tel. 0/
xx/11/ 3289-6366
Funcionamento: seg. a
sex., das 11h30 às
15h30 e das 19h às
0h30; sáb. e dom., das
12h às 0h30
Ambiente: depois da
reforma, ficou mais
amplo e claro
Serviço: profissional,
sério, bem treinado
Vinhos: fantástica
adega, carta primorosa
Estacionamento com
manobrista: grátis
Cartões: Visa
Preços: couvert, R$
14,50; entradas, R$ 18 a
R$ 64; buffets, R$ 62 a
R$ 91; pratos principais,
R$ 43 a R$ 85;
sobremesas, R$ 16
(bufê)
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