|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Crítica
Tim Burton se aproxima das paixões em filme
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Em "O Planeta dos Macacos" (Telecine Pipoca, 1h40)
quem manda são os macacos,
como mais ou menos todo
mundo sabe. Parábola de nossos limites e dos limites de um
homem que se concebe centro
do universo, o filme do diretor
Tim Burton atualiza e torna política a reflexão do filme de
1968, dirigido por Franklin J.
Schaffner.
Mas esta versão de 2001, desprezada de um modo que me
parece precipitado, traz um aspecto freqüente nos filmes de
Burton, o dos amores impossíveis. Aqui é uma símia que em
dado momento manifesta seu
interesse pelo homem (Mark
Wahlberg).
Uma situação ridícula, diz-se. É verdade. Mas qual situação amorosa não é? A paixão
habitualmente destoa da norma, como destoa aqui essa hipótese de paixão entre duas espécies diferentes.
Mas quando pensamos em
filmes pensamos em normas,
não é? Em cumprir normas, em
satisfazê-las. Estamos, então,
longe das paixões. Tim Burton,
não.
Texto Anterior: Guia defende "patrimônio imaterial" Próximo Texto: Música: Duprat é lembrado em documentário Índice
|