São Paulo, quinta-feira, 30 de novembro de 2006

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Crítica

Tim Burton se aproxima das paixões em filme

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Em "O Planeta dos Macacos" (Telecine Pipoca, 1h40) quem manda são os macacos, como mais ou menos todo mundo sabe. Parábola de nossos limites e dos limites de um homem que se concebe centro do universo, o filme do diretor Tim Burton atualiza e torna política a reflexão do filme de 1968, dirigido por Franklin J. Schaffner.
Mas esta versão de 2001, desprezada de um modo que me parece precipitado, traz um aspecto freqüente nos filmes de Burton, o dos amores impossíveis. Aqui é uma símia que em dado momento manifesta seu interesse pelo homem (Mark Wahlberg).
Uma situação ridícula, diz-se. É verdade. Mas qual situação amorosa não é? A paixão habitualmente destoa da norma, como destoa aqui essa hipótese de paixão entre duas espécies diferentes.
Mas quando pensamos em filmes pensamos em normas, não é? Em cumprir normas, em satisfazê-las. Estamos, então, longe das paixões. Tim Burton, não.


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