São Paulo, sábado, 30 de dezembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Análise/Retrospectiva de TV

Avanço da Record e cobertura "over" da Copa marcam 2006

LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O ano de 2006 mal começava, e a Globo tomava um susto. Uma novela da Record, "Prova de Amor", quase deixou o "Jornal Nacional" para trás no Ibope.
Escrita por Tiago Santiago, que passara 15 anos na Globo sem ser promovido ao primeiro escalão de novelistas, "Prova de Amor" emplacou justamente por "clonar" os principais clichês da dramaturgia global.
A Globo ia mal com a confusa novela das sete "Bang Bang", um projeto pretensioso de velho oeste que naufragou no Ibope. Diante da ameaça no Ibope, o "JN" investiu em violência e câmera escondida.
Na Record, com o fim de "Prova de Amor", a audiência caiu, mas as outras novelas, frutos do alto investimento da emissora em dramaturgia, obtiveram resultados bons o suficiente para tirar do SBT a vice-liderança no horário nobre.
A rede de Silvio Santos, por sua vez, colaborou para o avanço da Record. Com mudanças bruscas na programação e falta de um projeto mais definido, o canal, se não reagir, poderá em 2007 cair de vez para o terceiro lugar do Ibope, atrás da Record.
Já a Globo, passado o "trauma" do início do ano, voltou à normalidade. "Cobras & Lagartos", de João Emanoel Carneiro, levantou a audiência com sua trama criativa e ótimas performances de Lázaro Ramos, Taís Araújo, Carolina Dieckman, Marília Pêra e outros. O autor foi acusado de plágio pelo cineasta Walter Salles ("Central do Brasil"), mas o sucesso falou mais alto e o colocou entre os "queridinhos" da Globo.
No horário das oito, "Belíssima" também teve boas cenas. Silvio de Abreu investiu em mistério e fez bem em dar um final feliz à vilã Bia Falcão. O público e Fernanda Montenegro mereceram o desfecho: um beijo "caliente" entre a maldosa senhora e o jovem michê sarado (Cauã Reymond). Também foi bacana a seqüência pastelão de Cláudia Raia (Safira) e Reynaldo Giannechini (Pascoal), que derrubaram a oficina ao rolarem na cama.
Este foi ainda o ano da Copa do Mundo dos micos. O "Jornal Nacional", que vergonha, pediu desculpas a Parreira no ar em razão de o "Fantástico" ter feito leitura labial de suas ordens à equipe. Tudo para não perder o privilégio das entrevistas exclusivas. A cobertura excessiva, sobretudo na televisão fechada, incluiu transmissão de jogadores fazendo polichinelo e jornalista entrevistando jornalista.
2006 foi ainda o ano em que Justus ouviu de um aprendiz "você está demitido da minha vida", do depoimento sobre masturbação em "Páginas da Vida", do You Tube, de Santoro em "Lost", de Alckmin "pitbull" no debate da Band e do fenômeno trash mexicano RBD.


Texto Anterior: Crítica/romance: Edição relembra 30 anos de "A Hora da Estrela"
Próximo Texto: Alimentação: Sarcástico, programa insulta gordinhos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.