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Análise/Retrospectiva de TV
Avanço da Record e cobertura "over" da Copa marcam 2006
LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O ano de 2006 mal começava, e a Globo tomava um susto. Uma
novela da Record, "Prova de
Amor", quase deixou o "Jornal
Nacional" para trás no Ibope.
Escrita por Tiago Santiago,
que passara 15 anos na Globo
sem ser promovido ao primeiro
escalão de novelistas, "Prova de
Amor" emplacou justamente
por "clonar" os principais clichês da dramaturgia global.
A Globo ia mal com a confusa
novela das sete "Bang Bang",
um projeto pretensioso de velho oeste que naufragou no
Ibope. Diante da ameaça no
Ibope, o "JN" investiu em violência e câmera escondida.
Na Record, com o fim de
"Prova de Amor", a audiência
caiu, mas as outras novelas, frutos do alto investimento da
emissora em dramaturgia, obtiveram resultados bons o suficiente para tirar do SBT a vice-liderança no horário nobre.
A rede de Silvio Santos, por
sua vez, colaborou para o avanço da Record. Com mudanças
bruscas na programação e falta
de um projeto mais definido, o
canal, se não reagir, poderá em
2007 cair de vez para o terceiro
lugar do Ibope, atrás da Record.
Já a Globo, passado o "trauma" do início do ano, voltou à
normalidade. "Cobras & Lagartos", de João Emanoel Carneiro, levantou a audiência com
sua trama criativa e ótimas performances de Lázaro Ramos,
Taís Araújo, Carolina Dieckman, Marília Pêra e outros. O
autor foi acusado de plágio pelo
cineasta Walter Salles ("Central do Brasil"), mas o sucesso
falou mais alto e o colocou entre os "queridinhos" da Globo.
No horário das oito, "Belíssima" também teve boas cenas.
Silvio de Abreu investiu em
mistério e fez bem em dar um
final feliz à vilã Bia Falcão. O
público e Fernanda Montenegro mereceram o desfecho: um
beijo "caliente" entre a maldosa senhora e o jovem michê sarado (Cauã Reymond). Também foi bacana a seqüência
pastelão de Cláudia Raia (Safira) e Reynaldo Giannechini
(Pascoal), que derrubaram a
oficina ao rolarem na cama.
Este foi ainda o ano da Copa
do Mundo dos micos. O "Jornal
Nacional", que vergonha, pediu
desculpas a Parreira no ar em
razão de o "Fantástico" ter feito
leitura labial de suas ordens à
equipe. Tudo para não perder o
privilégio das entrevistas exclusivas. A cobertura excessiva,
sobretudo na televisão fechada,
incluiu transmissão de jogadores fazendo polichinelo e jornalista entrevistando jornalista.
2006 foi ainda o ano em que
Justus ouviu de um aprendiz
"você está demitido da minha
vida", do depoimento sobre
masturbação em "Páginas da
Vida", do You Tube, de Santoro
em "Lost", de Alckmin "pitbull"
no debate da Band e do fenômeno trash mexicano RBD.
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