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Crítica
Maya estréia com comédia péssima, que não faz rir
CÁSSIO STARLING CARLOS
CRÍTICO DA FOLHA
Poucas coisas irritam
mais quem paga caro
para ir ao cinema do que
ver filmes ruins. Entre elas, estão as comédias que não fazem
rir. Quando os dois defeitos
vêm juntos o efeito é pura raiva.
"Sexo com Amor?" consegue
tal proeza.
A estréia na direção de cinema de Wolf Maya, veterano homem de TV, não consegue
manter interesse nem com a
presença do elenco bastante
conhecido de atores de novela.
Sua intenção foi fazer uma
farsa na linha "o feitiço que vira
contra o feiticeiro". Para isso, o
filme reúne três casais de idades e diferentes lugares sociais
e tenta retratar, de modo irônico, a velha ladainha de que o casamento é a forma mais eficaz
de destruir o tesão.
A interrogação do título é
uma sugestão de que sexo e
amor raramente andam de
mãos dadas.
Que seja. O que se espera então é que o filme, liberto dos limites dos pudores da TV, mostre menos romantismo e mais
sacanagem. E este é outro dos
grandes, senão o maior, defeito
de "Sexo com Amor?".
Nenhum peitinho à vista, para desespero dos marmanjos
acompanhados de suas namoradas que, no mínimo, esperariam ver algo mais de Danielle
Winits. Reynaldo Gianecchini
já exibiu muito mais de seus dotes físicos em novelas do que no
filme inteiro. O pouco, muito
pouco, de tesão só aparece mesmo em cena na brejeirice estreante de Natasha Haydt, que
faz a sobrinha lolita que assume a tarefa de ser isca do diabo.
Falar de sexo com pudor é
um tiro n'água numa época em
que basta ligar gratuitamente a
TV para públicos de todas as
idades verem Flávia Alessandra executar sua célebre dança
da barra em "Duas Caras". Será
que vale a pena pagar caro para
não ver nada que a "Playboy" já
não tenha mostrado?
SEXO COM AMOR?
Direção: Wolf Maya
Produção: Brasil, 2008
Com: José Wilker, Malu Mader, Reynaldo Gianecchini
Onde: pré-estréia hoje em São Paulo.
Estréia amanhã em circuito nacional
Avaliação: péssimo
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