São Paulo, quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

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Crítica

Maya estréia com comédia péssima, que não faz rir

CÁSSIO STARLING CARLOS
CRÍTICO DA FOLHA

Poucas coisas irritam mais quem paga caro para ir ao cinema do que ver filmes ruins. Entre elas, estão as comédias que não fazem rir. Quando os dois defeitos vêm juntos o efeito é pura raiva.
"Sexo com Amor?" consegue tal proeza.
A estréia na direção de cinema de Wolf Maya, veterano homem de TV, não consegue manter interesse nem com a presença do elenco bastante conhecido de atores de novela.
Sua intenção foi fazer uma farsa na linha "o feitiço que vira contra o feiticeiro". Para isso, o filme reúne três casais de idades e diferentes lugares sociais e tenta retratar, de modo irônico, a velha ladainha de que o casamento é a forma mais eficaz de destruir o tesão.
A interrogação do título é uma sugestão de que sexo e amor raramente andam de mãos dadas.
Que seja. O que se espera então é que o filme, liberto dos limites dos pudores da TV, mostre menos romantismo e mais sacanagem. E este é outro dos grandes, senão o maior, defeito de "Sexo com Amor?".
Nenhum peitinho à vista, para desespero dos marmanjos acompanhados de suas namoradas que, no mínimo, esperariam ver algo mais de Danielle Winits. Reynaldo Gianecchini já exibiu muito mais de seus dotes físicos em novelas do que no filme inteiro. O pouco, muito pouco, de tesão só aparece mesmo em cena na brejeirice estreante de Natasha Haydt, que faz a sobrinha lolita que assume a tarefa de ser isca do diabo.
Falar de sexo com pudor é um tiro n'água numa época em que basta ligar gratuitamente a TV para públicos de todas as idades verem Flávia Alessandra executar sua célebre dança da barra em "Duas Caras". Será que vale a pena pagar caro para não ver nada que a "Playboy" já não tenha mostrado?


SEXO COM AMOR?
Direção:
Wolf Maya
Produção: Brasil, 2008
Com: José Wilker, Malu Mader, Reynaldo Gianecchini
Onde: pré-estréia hoje em São Paulo. Estréia amanhã em circuito nacional
Avaliação: péssimo


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