São Paulo, segunda-feira, 31 de janeiro de 2011 |
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Volume atualiza quatro séculos de história do balé DE SÃO PAULO O triunfo editorial de um livro sobre dança é sempre improvável. O motivo? A hipersegmentação. Em geral, livros de dança são feitos por quem dança e para quem dança. Para além da polêmica sobre o fim do balé, o que diferencia "Apollo's Angels" e o faz cruzar essa fronteira é a preocupação em fazer justiça a uma história que, como qualquer outra, é sempre polifônica. Por conta disso, a obra de Jennifer Homans não é simplesmente um livro sobre a trajetória da dança clássica, mas sobre as relações que a arte estabeleceu com a sociedade, a economia, a política e a estética ao longo de quatro séculos de existência. Ao tirar os olhos do próprio umbigo, Homans atualiza modos de olhar para o passado, dando-lhe uma relevância esquecida após sucessões de livros meramente descritivos. A obra ainda não tem tradução prevista para o português. A ex-bailarina e doutora em história pela Universidade de Nova York levou dez anos para escrever o livro, tendo os dois últimos sido marcados por uma tragédia pessoal. Em setembro de 2008, seu marido, o historiador Tony Judt, foi diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica. Enquanto escrevia as últimas páginas, a autora teve de lidar com a morte dele, ocorrida em agosto do ano passado. Foi a partir de Judt que ela se convenceu de que ainda havia algo a ser contado sobre o balé. "Ele tinha essa ideia do historiador também como crítico, como alguém que toma partido", disse ela. APOLLO'S ANGELS AUTORA Jennifer Homans EDITORA Random House QUANTO US$ 35 (cerca de R$ 60, mais taxas); 672 págs. Texto Anterior: Agonia do balé Próximo Texto: Brasil não leva Oscar se "Lixo" ganhar Índice | Comunicar Erros |
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