|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ROCK
The Darkness salva gênero desdenhado
THIAGO NEY
DA REDAÇÃO
Sempre desmerecido e desdenhado, o hard rock saboreia sua
vingança. Está na moda. Culpa
de um quarteto de pouco menos
de cinco anos de vida e dono de
apenas dois EPs: The Darkness.
O "grupo mais falado na Inglaterra", a "banda que fez o país
acordar", segundo jornais britânicos, colocou os pesados riffs
de guitarra, os cabelos compridos e as roupas coladas em publicações estranhas ao gênero
-como a revista de comportamento e estilo "Dazed & Confused", que dedicou ao Darkness
12 páginas de uma edição.
"Não sei como é aí no Brasil,
mas aqui as coisas têm andado
bem chochas. Muitas bandas
chatas que tocam olhando para
os sapatos, os shows estão cada
vez menos divertidos. Acho que
trazemos de volta a força do
"rock de estádio'", disse à Folha
Justin Hawkins, vocalista e guitarrista do grupo londrino, que
abriu a última turnê britânica do
veteraníssimo Def Leppard.
"É meio estranho ser elogiado
por essas pessoas, modelos que
usam botons do ZZ Top mesmo
sem nunca ter assistido a um
show deles... Elas parecem levar
pelo lado "irônico" da coisa, para
parecer cool", afirma.
Sem nenhuma ironia, pegue
Van Halen, Thin Lizzy, AC/ DC,
Aerosmith. Adicione a voz em
falsete de Hawkins. Isso é The
Darkness. É como se Freddie
Mercury tivesse trocado o
Queen pelo Kiss.
A estréia em disco da banda
acontecerá em junho ("Rock na
cara, forte; dez músicas do inferno"). Por enquanto, há apenas
os compactos "I Believe in a
Thing Called Love" e "Get Your
Hands Off My Woman". Na internet, dá para encontrar uma
versão de "Street Spirit", do Radiohead ("É como eles deveriam
ter feito aquela música", brinca o
vocalista).
A língua afiada de Hawkins alcança "roqueiros" conterrâneos
("O que Coldplay, Travis, Radiohead fazem não é rock. Esse termo perdeu seu significado ao
longo dos anos") e bandas da
nova geração ("White Stripes,
Strokes são OK, mas não acho
que esses grupos sejam excitantes o suficiente").
Para seus shows, já descritos
como "intensos" e "furiosos", a
banda se veste a caráter. "Tenho
um amigo que escolhe algumas
das minhas roupas. Ele é bom, já
trabalhou para a Kylie Minogue.
Talvez você nos veja no Rock in
Rio. Fechando uma noite."
Texto Anterior: Música pop: Novo clipe de Madonna "explode" George Bush Próximo Texto: Análise: Conflito no Iraque desmistifica a televisão Índice
|