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São Paulo, segunda-feira, 31 de março de 2003

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ROCK

The Darkness salva gênero desdenhado

THIAGO NEY
DA REDAÇÃO

Sempre desmerecido e desdenhado, o hard rock saboreia sua vingança. Está na moda. Culpa de um quarteto de pouco menos de cinco anos de vida e dono de apenas dois EPs: The Darkness.
O "grupo mais falado na Inglaterra", a "banda que fez o país acordar", segundo jornais britânicos, colocou os pesados riffs de guitarra, os cabelos compridos e as roupas coladas em publicações estranhas ao gênero -como a revista de comportamento e estilo "Dazed & Confused", que dedicou ao Darkness 12 páginas de uma edição.
"Não sei como é aí no Brasil, mas aqui as coisas têm andado bem chochas. Muitas bandas chatas que tocam olhando para os sapatos, os shows estão cada vez menos divertidos. Acho que trazemos de volta a força do "rock de estádio'", disse à Folha Justin Hawkins, vocalista e guitarrista do grupo londrino, que abriu a última turnê britânica do veteraníssimo Def Leppard.
"É meio estranho ser elogiado por essas pessoas, modelos que usam botons do ZZ Top mesmo sem nunca ter assistido a um show deles... Elas parecem levar pelo lado "irônico" da coisa, para parecer cool", afirma.
Sem nenhuma ironia, pegue Van Halen, Thin Lizzy, AC/ DC, Aerosmith. Adicione a voz em falsete de Hawkins. Isso é The Darkness. É como se Freddie Mercury tivesse trocado o Queen pelo Kiss.
A estréia em disco da banda acontecerá em junho ("Rock na cara, forte; dez músicas do inferno"). Por enquanto, há apenas os compactos "I Believe in a Thing Called Love" e "Get Your Hands Off My Woman". Na internet, dá para encontrar uma versão de "Street Spirit", do Radiohead ("É como eles deveriam ter feito aquela música", brinca o vocalista).
A língua afiada de Hawkins alcança "roqueiros" conterrâneos ("O que Coldplay, Travis, Radiohead fazem não é rock. Esse termo perdeu seu significado ao longo dos anos") e bandas da nova geração ("White Stripes, Strokes são OK, mas não acho que esses grupos sejam excitantes o suficiente").
Para seus shows, já descritos como "intensos" e "furiosos", a banda se veste a caráter. "Tenho um amigo que escolhe algumas das minhas roupas. Ele é bom, já trabalhou para a Kylie Minogue. Talvez você nos veja no Rock in Rio. Fechando uma noite."


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