Amir Sfair Filho

O deputado estadual Vaz de Lima (PSDB), presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo, usou um carro oficial para ir ao casamento de Sophia Alckmin e Mário Ribeiro, na noite de sexta. O veículo, um Astra preto, levou o político e a mulher Ivani ao mosteiro de São Bento, local da cerimônia. O deputado falou à coluna:  

FOLHA - O senhor usou um carro oficial da Assembléia para ir ao casamento?
VAZ DE LIMA - Eu sou o presidente da Assembléia, era uma representação.

FOLHA - Mas um casamento não é um evento oficial.
VAZ DE LIMA - Pelo menos essa tem sido a normalidade. Não vi nada que pudesse me impedir, entendeu? Tenho meu carro, tenho tudo, mas não vi nada de irrelevante [sic] nessa história. Cada um tem que ter o seu juízo no momento.

FOLHA - E o senhor não considerou isso [o uso do carro oficial] um problema?
VAZ DE LIMA - Tanto não considerei que fui. Não vi nenhum problema. O indivíduo tem que ter discernimento. Eu tento distinguir isso da melhor maneira possível. Vou te dar um exemplo: ontem eu levei meu neto ao teatro. "Catei" meu carro e fui, claro. Não poderia ir de outra forma. Antes de ontem, teve aniversário da filha de um assessor. Fui com meu carro pessoal. É preciso ter sensibilidade.

FOLHA - Que diferença existe entre o aniversário da filha de um assessor e o casamento da filha do ex-governador Alckmin?
VAZ DE LIMA - Na minha avaliação, eu iria encontrar o mundo político todo lá [no casamento de Sophia Alckmin]. Eu não imaginei que isso pudesse ser um problema.

Láurea oficial
As medalhas concedidas aos diretores da Anac dias depois da tragédia do avião da TAM fazem parte de um amplo pacote de premiações concedidas pelo governo federal. Só este ano foram reservados R$ 8 milhões no orçamento para "premiações culturais, artísticas, desportivas, científicas e outras". Metade da verba já foi gasta. O Ministério da Defesa é o segundo colocado nos gastos: R$ 505 mil. A pasta distribuiu 50 vezes mais prêmios que o Ministério da Educação, que gastou R$ 10 mil até agora.

LÁUREA 2
O novo ministro da Defesa, Nelson Jobim, também vai poder distribuir prêmios: os R$ 500 mil equivalem a apenas 44% das verbas reservadas.

GOTA
A equipe econômica do governo, numa avaliação inicial, concluiu que, para solucionar de vez a crise aérea, seriam necessários R$ 15 bilhões. O PAC prevê investimentos de R$ 3 bilhões no setor.

ALTA QUALIDADE
O governo federal vai contratar serviço de "handling", aquele que recepciona o avião do presidente quando chega ao solo, com escadas de embarque e desembarque, carregamento de malas, esteiras para cargas, entre outros. Segundo a Casa Civil, a justificativa do gasto -R$ 194 mil- é "a necessidade de se dispor de alta qualidade e padronização" nas "freqüentes viagens aéreas presidenciais".

ESSA IMPRESSÃO
Depois de TV Globo e TV Bandeirantes, outra emissora anuncia que desistiu de veicular anúncios de protesto do "Cansei", movimento contra "a corrupção" e "o caos aéreo", lançado por empresários como Paulo Zottolo, da Philips, e João Doria: a TV Record. A empresa avaliou que, apesar de os organizadores afirmarem que o movimento é apartidário e sem viés político, "no fundo, no fundo, vai ficar essa impressão", diz um dos diretores da emissora. A Rede TV! também decidiu que não veiculará os anúncios.

PARENTE NA TAM
O conselho da TAM deve se reunir nos próximos dias para avaliar a crise por que passa a empresa depois do acidente. Um dos conselheiros da empresa é Pedro Parente. O ex-ministro, responsável pela gestão do apagão de luz do governo de FHC, foi eleito recentemente para o conselho da TAM.

VISITA
O advogado norte-americano George Hatcher, sócio do escritório de Erin Brockovich, veio ao Brasil logo depois do acidente da TAM.