JORGE CARRARA
COLUNISTA DA FOLHA

Os vinhos da Rioja têm uma personalidade única. Para começar, a região, encravada no centro-norte da Espanha, é um dos melhores berços para a peculiar uva tempranillo.
Em adição, algumas das suas vinícolas nasceram no século 19 e, ao longo do tempo, os vinhateiros locais aprenderam a modelar com a tempranillo tintos longevos, com boa acidez, intensos, bem-estruturados (mas elegantes) e amadurecidos em barricas de carvalho americano -o que, para completar, é uma deliciosa marca registrada do lugar.
La Rioja Alta é uma adega de ponta daquelas bandas. A empresa, fundada em 1890, tem hoje cerca de 360 hectares de vinhedos -dominados pela tempranillo- e vinhos assinados pelo enólogo Júlio Saenz.
Vale a pena conferir as últimas edições de dois rubros da casa. Um deles é o Viña Ardanza 1999, corte de tempranillo (80%) e garnacha, com estágio de 36 meses em barricas de carvalho (americano), rico no aroma e no sabor (morangos, baunilha, coco), macio e de final delicioso (92/100, R$ 192).
Muito bom também (especialmente por custar quase a metade) o Viña Alberdi 2000, 100% tempranillo, com 24 meses de barrica, potente nas frutas vermelhas, atraente na madeira, redondo e longo em boca, o melhor Alberdi que já provei (90/100, R$ 98, ambos na Zahil, tel. 0/xx/11/3071-2900).


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