SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK

A mídia local bem que tenta, encabeçada pela primeira edição da nova fase da "Rolling Stone", que declara na capa que "o rock está de volta", e pelo caderno de cultura do "New York Times" do próximo domingo. Mas o público continua preferindo o rap de Eminem e babas em geral.
Pelo menos se o termômetro for o resultado da edição 2002 do Video Music Awards, da emissora norte-americana MTV, cuja entrega aconteceu anteontem à noite no Radio City Music Hall, numa Nova York chuvosa.
O rapper branco de Michigan levou quatro das cinco categorias em que concorria, entre elas a mais importante, de melhor videoclipe do ano, mais direção, clipe de rap e clipe masculino. Todas pelo excelente "Without me", o single de trabalho de seu novo CD, "The Eminem Show", aquele com a paródia do Robin.
A noite foi mesmo dele: a melhor apresentação ao vivo o colocou como um presidente fake discursando e sendo vaiado pelo Congresso na poderosa "White America"; já na segunda vez que subiu ao palco para ser premiado, provocou Moby na platéia ("Eu bateria num homem com óculos") e foi vaiado de verdade por parte do público presente.
Quanto ao novo rock, teve uma ótima performance conjunta com The Hives ("Main Offender") e The Vines ("Get Free"), mas prêmio que é bom só três técnicos para o White Stripes. O resto ficou para bobagens como Michelle Branch (escolha da audiência), No Doubt (pop e grupo) e Avril Lavigne (estréia).

Rockers
Fora isso, os melhores momentos foram da velha guarda: Michael Jackson recebendo o prêmio de artista do milênio, o ex-prefeito de Nova York Rudolph Giuliani sendo ovacionado de pé (e vaiado por alguns); o pai-de-todos James Brown fazendo graça com o apresentador e Bruce Springsteen abrindo a noite anunciado por James Gandolfini.
OK, o VMA teve dois momentos legitimamente rockers: Pink recebendo o prêmio de clipe feminino completamente chapada ("Estou muito bêbada para isso") e o encerramento, em que Axl Rose cantou "Welcome to the Jungle", "Paradise City" e "Madagascar", com o Guns n" Roses.
Mas não eram "novos".