DA REPORTAGEM LOCAL

Parque e prédios projetados por Oscar Niemeyer, jardins criados por Burle Marx e um Brecheret monumental, o "Monumento às Bandeiras" -essa é a vizinhança do jardim de esculturas que Amélia Toledo está criando em frente ao parque Ibirapuera. Não seria um equívoco concentrar tanta arte numa única área?
A Emurb, empresa da prefeitura que cuida das grandes obras na cidade, acha que não. "É evidente que São Paulo tem carências quase medievais", diz Sérgio Marin, coordenador de paisagismo e meio ambiente da Emurb. "Mas não adianta só pavimentar ruas, fazer esgoto e hospitais. A cidade contemporânea precisa oferecer espaços públicos de confronto para aumentar a auto-estima das pessoas. Com isso, você recria a concepção de espaço público."
A idéia da Emurb, segundo Marin, é transformar a região do Ibirapuera em um espaço de referência que venha a se multiplicar pelo resto da cidade. A biodiversidade do paisagismo do jardim de esculturas é um exemplo de referência, diz Marin. Feito com uma diversidade de árvores, esse gênero de paisagismo já não é exclusividade das áreas mais ricas, segundo o arquiteto. Regiões violentas da zonas sul e leste estão recebendo tratamento paisagístico similar.
"É uma visão inovadora de cidade porque não estamos priorizando só as questões prementes", afirma Marin. (MCC)



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