São Paulo, domingo, 31 de outubro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TV PAGA

Destaque das estréias, "Desperate Housewives" conquista o público das aventuras das liberadas de "Sex and the City"

Malcasadas tomam o lugar das solteiras

FREE-LANCE PARA A FOLHA

O fim de "Sex and the City" e de "Friends" foram decisivos na definição das prioridades de estúdios e emissoras de TV dos EUA para a temporada 2004-2005.
A lacuna deixada por "Friends" foi ocupada por "Joey", uma inspirada sitcom derivada do seriado que durante dez anos fez a alegria de milhões de telespectadores do mundo inteiro. O ator limítrofe interpretado por Matt LeBlanc está mais engraçado do que nunca, agora que se mudou de Nova York para Los Angeles e contracena com Paul Costanzo (seu sobrinho inteligente Michael) e Drea DeMatteo (sua irmã Gina).
Para atrair o público que sofre com a ausência de "Sex and the City", a rede ABC apostou em uma fórmula parecida, mas ao mesmo tempo radicalmente diferente. Em "Desperate Housewives", as protagonistas também formam um quarteto, mas, em vez de solteiras soltas em Manhattan, elas são donas-de-casa que vivem com suas famílias em um daqueles condomínios sem nenhum glamour e sem a agitação das metrópoles. Assim como em "Sex and the City", a nova série apresenta uma visão do universo feminino na América atual, mas através do prisma de quatro arquétipos bem diferentes. Saem Carrie, Miranda, Charlotte e Samantha para que entrem Lynette, Bree, Susan e Gabrielle.
Lynette (Felicity Huffman) é uma executiva que um dia dá à luz trigêmeos e troca o laptop por uma pilha de fraldas. A conservadona Susan (Teri Hatcher, de "As Novas Aventuras do Superman") é uma linda mulher que perdeu seu marido para uma garota mais nova após 14 anos de casamento. Gabrielle (Eva Longoria) é uma ex-modelo que trocou a passarela por um marido rico e uma casa nos subúrbios. Por fim, Bree (Marcia Cross) é um exemplo da dona-de-casa perfeita, mas por trás de seu sorriso plastificado e sua casa impecável está uma família absolutamente infeliz.
Outra personagem muito presente na série é a narradora, uma quinta mulher que morre logo no início do primeiro episódio. É ela quem apresenta ao telespectador as aventuras e desventuras de suas mal-amadas vizinhas, que sempre se reúnem para falar de suas vidas idiotas, para detonar seus maridos (que são todos uns bananas ou uns canalhas) e para tentar descobrir se a amiga realmente se matou ou foi assassinada. As conversas são apimentadas e invariavelmente acabam abordando o tema sexo.
Se não praticam muito, pelo menos elas falam sobre o assunto com desenvoltura. Por causa disso, aliás, a série já foi apelidada de "No Sex in the City".

Outras atrações
Além de seriados, a nova temporada da TV paga inclui ainda "reality shows", documentários e game shows. O canal Fox, que já exibiu atrações como "Joe Millionaire" e "Temptation Island", agora aposta em um entretenimento mais "familiar". Amanhã estréia "Troca de Família", "reality show" em que duas mães trocam de posição e uma vai passar uns dias com o marido e os filhos da outra. Depois dessa experiência, elas se encontram e discutem sobre o que observaram na casa alheia. A fórmula original, desenvolvida na Inglaterra, já é exibida no Brasil pelo People+Arts, mas a Fox vai mostrar agora uma versão americana do programa.
No canal Sony, a safra de novidades traz para o país as reportagens que o polêmico Michael Moore gravou para a série de documentários "The Awful Truth". Mesmo tendo sido produzidas em 1999 e 2000, as matérias ainda são atuais, divertidas e curiosas. Moore desafia a indústria do tabaco, esculacha políticos corruptos e mostra os bastidores nada edificantes de um parque de diversões, entre outras coisas. O programa será exibido nas noites de sábado, sempre às 22h.
Ainda no Sony, a última novidade é uma das coisas mais bizarras que a TV deve levar ao ar em 2004/2005: a transmissão de jogos de pôquer. Em "Celebrity Poker Showdown", a cada domingo um grupo de atores conhecidos do público disputará um torneio e quem ganhar vai doar US$ 250 mil para uma entidade de caridade a sua escolha. Ao que parece, os programadores da TV paga ainda acreditam cegamente que as atrações que fazem sucesso nos EUA têm tudo para estourar por aqui... Ou será que a coisa é mesmo assim? (KIKE MARTINS DA COSTA)


Texto Anterior: Crimes e risadas em série
Próximo Texto: Mônica Bergamo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.